Michel Temer: que papel o PMDB terá no governo?| Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr

Brasília - O presidente da Câmara e candidato a vice na chapa de Dilmar Rousseff (PT), Michel Temer (PMDB), tentou consertar ontem a metáfora sobre a "partilha do pão" que utilizou ao falar com senadores da base aliada e ministros. Ele qualificou como uma "brincadeira" a declaração feita na terça-feira, em encontro com ministros e senadores da base aliada, de que "a campanha nos estados está com vocês. Estamos partilhando o pão e queremos partilhar o próximo governo". O áudio vazou e foi possível ouvir do lado de fora da casa do vice-líder do governo no Senado, Gim Argello (PTB-DF), em Brasília, onde ocorreu o encontro.

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"Eu sou um vice muito discreto. Quero exercer discretamente minhas tarefas. Fiz essa brincadeira lá", afirmou Temer, após um almoço com ministros e deputados federais oferecido pelo ex-líder do PR Luciano Castro (RR). Ao chegar, o candidato tentou "corrigir" a declaração original. "Primeiro temos que partilhar esforços para ganhar a eleição. Dilma é a presidenciá­­­vel, ela vai decidir o que fazer no governo dela. Não sei o que vai acontecer depois da eleição", despistou. Na saída, novamente questionado, disse que a decisão sobre a distribuição dos cargos em uma eventual vitória do PT nas urnas dependerá de Dilma. "Vai depender muito da Presidência da República, que vai dizer quais são os espaços eventualmente distribuíveis e não distribuíveis. Quem vai comandar é ela", comentou.

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP), tentaram amenizar as declarações de Temer. "Eu e todos os ministros não discutimos nada além de 31 de dezembro, estamos com olhos e ações focados no governo. Ninguém está pensando no que vai acontecer amanhã", afirmou Padilha. "Não estamos dividindo governo, não é hora de dividir. Os partidos que participam da aliança têm peso, mas quem definirá a equipe é a presidente Dilma", emendou Vaccarezza.

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