Ainda mais genérico e mais conciso. Assim é o conteúdo do terceiro programa de governo apresentado pela candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. O documento, divulgado ontem, foi feito em parceria com os 11 partidos que compõem a coligação da petista e traz algumas diferenças em relação ao que foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no início de julho. Foram suprimidas as críticas aos meios de comunicação e um trecho sobre aborto. Os acréscimos incluem compromissos como a garantia "irrestrita da liberdade de imprensa e de expressão e da liberdade religiosa".
O primeiro documento apresentado pela candidata ao TSE, em 5 de julho, continha muitas críticas aos meios de comunicação e previa ainda a redução da jornada de trabalho muitos dos pontos estavam previstos no programa aprovado pelo PT, o que gerou crise com partidos aliados. No mesmo dia, o partido apresentou a segunda versão, com menos críticas e sem os projetos mais polêmicos.
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, também apresentou um programa genérico ao TSE, apenas com compilações de discursos, recheado de críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com poucas metas. Mas em nenhum momento houve iniciativa de apresentar outro documento.
Rapidez
O novo texto de Dilma tem 13 compromissos principais e foi apresentado à imprensa em uma coletiva de 15 minutos. A justificativa para a rapidez foi o debate do qual a candidata participaria na noite de ontem, na Rede Record, para o qual precisaria poupar a voz. Dilma afirmou que os compromissos são na verdade diretrizes que devem orientar o seu governo. "Obviamente são compromissos gerais, não metas." A petista disse que a coligação já lançou programas setoriais, de forma especifica, em diversas áreas. A candidata também afirmou não considerar que o lançamento do programa ocorreu tardiamente, a apenas seis dias das eleições.
"Nós expusemos as propostas em todos os programas de tevê, exaustivamente. Estamos agora formalizando as propostas, inclusive para o futuro. Se Deus quiser, e eu for eleita, isso será a base da governabilidade", explicou. Dilma disse considerar a exposição de ideias na tevê e no rádio como o método mais fácil de se comunicar com o eleitor. "O texto escrito a gente divulga, mas, na tevê, é muito mais abrangente e chega a mais pessoas", justificou. Ainda que os presentes tenham negado que o evento tenha sido marcado de última hora, o lançamento do programa de governo de Dilma foi feito em cerimônia fechada, com a presença limitada apenas a líderes políticos.
O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, enfatizou que a petista manterá a Lei da Responsabilidade Fiscal e o regime de câmbio flutuante, caso seja eleita. "Não há por que fazer um detalhamento disso." De acordo com o secretário de comunicação do PT, o deputado federal paranaense André Vargas, a apresentação de um novo documento era necessária, pois foi feito em parceria com os demais partidos. Segundo ele, não há necessidade de detalhamento de propostas. "O nosso programa de governo está em curso. Nossa candidatura é da continuidade, e por isso vamos manter ou aprofundar as políticas atuais."
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