O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse nesta terça-feira (10), durante atividade de campanha em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, que informações veiculadas na imprensa sobre uma eventual crise com partidos aliados de sua candidiatura são "tititi" (sucessão de intrigas).
"Tititi não acaba", disse o tucano, ao ser questionado sobre possíveis abalos na relação com Rodrigo Maia, presidente do DEM, e Roberto Jefferson, presidente do PTB. Serra encerrou a entrevista após a pergunta.
Tucano promete rede de tratamento para dependentes químicos
Em São Bernardo, Serra visitou uma colônia de tratamento para dependentes químicos mantida pelo governo de São Paulo. Afirmou que a unidade não recebe recursos federais e defendeu uma política nacional de tratamento e reabilitação para dependentes químicos. "Temos que multiplicar também o apoio às comunidades terapêuticas que tratam dos dependentes químicos e não recebem um centavo doministério da Saúde e vão passar a receber."
O centro tem 30 leitos e atende, segundo Serra, 300 pessoas por ano. "O índice de recuperação é altíssimo. Realmente é uma das coisas mais importantes que eu fiz como governador de São Paulo", afirmou o candidato, que prometeu criar, caso eleito, uma rede nacional de clínicas e de comunidades terapêuticas de atendimento a dependentes químicos.
Citou ainda como exemplo positivo no setor o trabalho da Fazenda da Esperança, mantida pelo frei Hans Stapel e que atende cerca de 500 dependentes químicos em Guaratinguetá (SP). Afirmou que o nível de excelência atingido pela política nacional de combate ao HIV/Aids deve ser tomado como referência.
Serra criticou também as ações anunciadas pelo governo e pela candidatura de Dilma Rousseff (PT) para auxílio a dependentes químicos. A petista tem enfatizado o combate ao crack em seus discursos. "O que foi levantado agora por eles para a candidatura é mais uma coisa de olhar pesquisa, ver que o problema é grave e vai criando factóides", disse.
Tumulto em lanchonete
Mais cedo, um tumulto marcou a passagem do tucano por uma lanchonete de São Bernardo do Campo (SP). A aglomeração de militantes, jornalistas e candidatos no local terminou em confusão e dificultou o corpo-a-corpo de Serra.
Logo após a chegada do candidato, uma estufa de salgados foi jogada ao chão e se quebrou. A luz do local se apagou após o acidente. Contornada a situação, Serra tomou um copo de café com leite. Quando se preparava para deixar o local, houve uma briga entre um ajudante de ordens da campanha tucana e um cinegrafista da TV Bandeirantes. Por causa da confusão, Serra se refugiou nos fundos do local e esperou até que os ânimos se acalmassem.
O ajudante de ordens Vinicius Paulino disse ter sido agredido após pedir ao cinegrafista que descesse do balcão da lanchonete. O câmera Welington Gouveia afirmou ter tomado um soco de Paulino e ter sido imobilizado pelo assessor. Depois do incidente, os dois continuaram a acompanhar a comitiva de Serra. Na parada seguinte do tucano, em uma loja de chocolates, a entrada da imprensa foi vetada por razões de segurança.
A assessoria do candidato ao Senado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), que acompanhava Serra no local, informou que a lanchonete foi ressarcida do prejuízo com a estufa.
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