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Serra: candidato tucano acusou PT de criar “tropa de choque” | STR / Reuters
Serra: candidato tucano acusou PT de criar “tropa de choque”| Foto: STR / Reuters
  • Tumulto fez Dilma Rousseff suspender caminhada por Guarulhos (SP)

Guarulhos e Rio - Militantes do PT e do PSDB entraram em confronto durante a tarde de ontem no Rio de Janeiro e o candidato tucano José Serra foi atingido na cabeça por um rolo de adesivos de campanha. O tumulto generalizado aconteceu quando Serra fazia caminhada pelo calçadão de um bairro da zona oeste da capital fluminente. Depois do incidente, Serra foi de helicóptero para um hospital em Botafogo, na zona sul da cidade, onde se submeteu a exames. Nada foi constatado.

A presidenciável petista Dilma Rousseff também enfrentou confusão ontem durante campanha na rua. Em Guarulhos, na Grande São Paulo, Dilma realizou uma tumultuada caminhada pelo centro da cidade. A candidata petista chegou a andar duas quadras e precisou encerrar a caminhada em função do empurra-empurra de militantes que queriam ter um contato mais próximo com ela, chegou a haver confusão com os seguranças da candidata. Com isso, ela encerrou a caminhada e voltou para a van que a levou até a cidade, administrada pelo PT.

"Tropa de choque"

Assim que foi atingido na cabeça pelo rolo de adesivos, Serra pôs as mãos na cabeça e foi levado para a van da campanha, logo cercada pelos petistas. Com uma bolsa de gelo na cabeça, o candidato disse ter ficado "meio grogue". O tucano acusou o PT de montar uma "tropa de choque".

"São profissionais da mentira e da violência", provocou o candidato, antes de ser atingido, abrigado em uma loja de cosméticos, quando a confusão estava apenas no começo. "Lembra a tropa e assalto dos nazistas? É tropa de choque, muito típico dos movimentos fascistas, como eles são. É gente recrutada para fazer papel de tropa de choque." Apesar do clima hostil, Serra voltou para a rua, o que aumentou o tumulto, porque os petistas cercaram o candidato, gritando palavras de ordens e xingamentos.

A confusão começou por volta das 13h30, quando o grupo de Serra, ciceroneado pela vereadora Lucinha (PSDB), passou por uma manifestação de agentes de saúde que trabalhavam no combate à dengue e foram demitidos no governo Fernando Henrique Cardoso, quando Serra foi ministro da Saúde. Cabos eleitorais da campanha tucana tentaram impedir que os manifestantes se aproximassem do candidato.

Rapidamente, a discussão evoluiu para o confronto físico, com cartazes rasgados e bandeiradas de todos os lados. A esta altura, um grupo de militantes do núcleo do PT de Campo Grande – bairro do Rio de Janeiro – já tinha se juntado aos agentes, conhecidos como mata-mosquitos. Os manifestantes chamavam Serra de "assassino" e exibiam cartazes com inscrições como "Cadê o Paulo Preto?", em referência ao ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, que, segundo reportagem da revista IstoÉ, teria fugido com R$ 4 milhões da campanha tucana. O candidato do PSDB parou diante de alguns petistas e devolveu os xingamentos.

Outro lado

O PT negou que militantes do partido tenham agredido Serra. Em nota assinada pelo presidente do partido no Rio, deputado federal Luiz Sérgio, o tumulto no qual o tucano foi atingido na cabeça é atribuído a seguranças do presidenciável, que teriam tratado com rispidez um grupo que protestava contra o tucano.

Segundo o PT, o estopim da confusão ocorreu quando seguranças de Serra rasgaram cartazes dos manifestantes.

"O incidente de hoje teve início depois que seguranças do candidato José Serra, do PSDB, trataram com rispidez integrantes do grupo conhecido como ‘mata-mosquitos’ que estavam no calçadão. É sabido que os mata-mosquitos, demitidos por Serra quando ministro da Saúde, formam um grupo que já teve atuação marcante de oposição ao candidato do PSDB em campanhas passadas".

Os mata-mosquitos fizeram diversas manifestações semelhantes contra o ex-governador de São Paulo durante a campanha presidencial de 2002, quando ele acabou sendo derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O PT informou ainda que pedirá que a polícia investigue a confusão. Acrescentou, na nota, repudiar "veementemente" qualquer tipo de violência, e que orienta os militantes a fazer uma campanha "limpa e pacífica".

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