Tucano e pedetista perdem tempo de propaganda eleitoral
O candidato ao governo estadual Beto Richa (PSDB) perdeu, nesta última semana de campanha, inserções diárias na televisão que são feitas no intervalo da programação normal das emissoras. Mas seu principal adversário, o senador Osmar Dias (PDT), também perdeu cerca de um minuto no programa de rádio da propaganda eleitoral gratuita.
Noite será tensa
O debate de hoje à noite é a penúltima oportunidade de os candidatos convencerem os indecisos de que merecem seu voto. Depois disso, só os programas eleitorais de amanhã, e pronto. Haverá ainda três dias antes da votação, mas com pouca possibilidade de comunicação com as massas. Por isso tudo o que tiver de ser dito tem de ser falado durante as duas horas do debate.
Em busca de fôlego e argumentação para o debate na RPC TV hoje à noite, os dois principais candidatos ao governo do Paraná Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT) evitaram compromissos de rua e contato direto com eleitores ontem para se preparar para o embate televisivo, o último antes da eleição do domingo. Os dois também vão passar esta terça-feira reunidos com assessores para estudar a melhor estratégia para o debate, que começará às 22 horas, depois da novela Passione.
Oficialmente, Richa e Osmar dizem que o confronto de hoje será uma oportunidade para discutir ideias. Mas, considerando o que ocorreu nos cinco debates anteriores, a postura dos concorrentes tende a ser mais agressiva. Em todas as oportunidades de debaterem entre si, o tucano e o pedetista trocaram acusações mais que dicutiram propostas. As recentes brigas jurídicas entre as duas campanhas (veja reportagem ao lado), a proibição da divulgação de pesquisas na semana passada, os ataques nos programas eleitorais do rádio e da tevê e o formato do debate devem acirrar ainda mais o clima entre os dois nesta noite. No debate da RPC TV, os candidatos poderão fazer perguntas entre si.
Devido ao confronto direto entre os candidatos, a expectativa é que as acusações pessoais entre Richa e Osmar, principalmente, fiquem mais contundentes que nos encontros anteriores. Até hoje, houve cinco debates Federação da Agricultura do Estado do Paraná/Faep (19/07), Universidade Positivo (03/08), Band TV (12/08), Rede Massa (10/09) e RIC TV (20/09). Em todos os dois principais candidatos provocaram-se mutuamente.
Nos debates anteriores, Osmar acusou Richa de ter largado o mandato de prefeito de Curitiba, ter votado a favor da venda da Copel, ser privatista e "filho político de [Jaime] Lerner". "Quem traiu a população de Curitiba foi quem prometeu ficar quatro anos na prefeitura e só ficou um. Traiu a população do Paraná quem estava na Assembleia [Legislativa do Paraná] e votou pela venda do Banco do Estado [Banestado], que deixou um rombo nos cofres públicos. Traiu quem tentou vender a Copel", disse o pedetista em julho, no debate da Faep.
Richa já acusou Osmar de ter apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), questionou o apoio do ex-governador Roberto Requião (adversário de Osmar em 2006), e acusou-o de ter trabalhado contra os trabalhadores ao propor uma emenda constitucional que acabava com a indenização de 40% do FGTS para os funcionários demitidos sem justa causa. "Fechamos uma coligação baseada em princípios e afinidades ideológicas, com partidos que impunham a mesma bandeira", alfinetou Beto no encontro da Universidade Positivo em referência ao PMDB e a Requião.
Para estar pronto para rebater essas e as novas acusações que possam aparecer, Richa e Osmar optaram por concentrar a agenda de ontem e hoje para a preparação para o debate. A única reunião pública de Osmar foi no início da manhã de ontem com entidades sindicais. "Não dá para programar um debate. Por isso o candidato tem de estar psicologicamente bem, descansado e tranquilo", disse o coodenador-geral da campanha do pedetista, Mário Pereira.
Segundo a assessoria de Richa, ele encontrou alguns prefeitos ontem, que o visitaram no comitê em Curitiba, e passará o dia de hoje discutindo as estratégias de participação no debate. Segundo sua assessoria, "dará ênfase às questões de educação, saúde, segurança, agricultura e infraestrutura" para mostrar as diferenças entre ele e Osmar.
Cobertura da Gazeta
Além de Richa e Osmar, outros dois candidatos participam do debate de hoje: Paulo Salamuni (PV) e Luiz Felipe Bergman (PSol). Eles foram escolhidos por serem de partidos com representantes no Congresso Nacional.
A jornalista Sandra Annenberg mediará a discussão entre eles. Serão cinco blocos em que os candidatos poderão fazer perguntas entre si com tema livre ou definido em sorteio (veja detalhes no gráfico acima).
A Gazeta do Povo fará cobertura on-line ao vivo do debate aqui no site. A cobertura será aberta para comentários de leitores e contará com a análise de repórteres e editores do jornal.
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