Os temas religiosos ganharam força na campanha eleitoral com o vídeo em que o pastor Paschoal Piragine Jr., da Primeira Igreja Batista de Curitiba, critica o posicionamento do PT sobre assuntos como aborto e criminalização da homofobia e pede que os fieis não votem em candidatos do partido. O vídeo foi visto por mais de 3 milhões de pessoas.
Durante a pregação gravada, o pastor exibe um vídeo com imagens da parada gay em São Paulo, de fetos abortados e crianças sendo supostamente enterradas vivas por tribos indígenas e diz que tudo isto "está acontecendo no Brasil". Depois, recomenda que os fiéis não votem no PT para não "institucionalizar a iniquidade" no país.
A crítica ao PT se dá especialmente pela postura adotada em relação ao aborto. O pastor lembra que o Plano Nacional de Direitos Humanos apresentado pelo PT defendia a legalização do aborto no país. E que o 3.º Congresso do partido também decidiu-se a favor da descriminalização.
Atualmente o video é considerado impróprio para menores pelo YouTube, site em que ele está hospedado na internet. Para assisti-lo, o internauta precisa fazer login no site e confirmar que tem mais de 18 anos.
Apesar disso, o vídeo foi replicado por usuários e pode ser assistido em outros endereços. A assessoria de imprensa do Google, proprietária do YouTube, informou que vídeos postados no site podem ser considerados impróprios a partir de pedidos de usuários. Quando os administradores consideram que o conteúdo "pode não ser adequado para todos", de acordo com o estabelecido pelas diretrizes do site, os vídeos sofrem restrição por faixa etária. A assessoria informou que não comenta casos específicos e que não poderia revelar quantas sinalizações de "impróprio" o vídeo recebeu. O Google, entretanto, garante que o site não faz censura ideológica de conteúdo dos videos postados.
A Primeira Igreja Batista de Curitiba divulgou nota em 7 de outubro em que classificou o episódio de "restrição à liberdade de expressão". Ontem, um representante da igreja disse que não recebeu nenhum comunicado do YouTube sobre o motivo da restrição ao vídeo.
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