A população curitibana vem mostrando que gosta de ocupar as ruas e praças para shows e festas. Foi o que ocorreu nos últimos anos. Bastou convocar pelas mídias sociais para que uma noite comum virasse um réveillon ou carnaval fora de época.
O sucesso, e mesmo a confusão causada por alguns desses eventos, mostrou que a cidade pede atos culturais e precisa de espaços para shows e demais manifestações artísticas. Hoje a prefeitura tem sete teatros, mas o grande espaço para shows, a Pedreira Paulo Leminski, está fechado. Ainda não foi concluída a licitação para que uma empresa explore o espaço em troca de um investimento para melhorar as instalações.
A prefeitura promoveu a Virada Cultural, que no ano passado levou arte às ruas de diversos bairros e teve shows lotados mesmo durante a madrugada. Assim como apoiou a Quadra Cultural, realizada no princípio do ano, que reuniu 4 mil na Rua Paula Gomes, no bairro São Francisco.
Para a produtora cultural Loa Campos, eventos anuais são importantes, mas é preciso haver um movimento permanente. "Essa ação deveria ser fomentada durante todo o ano, sempre que possível. Não uma estrutura gigantesca uma vez por ano", diz. Ela também questiona o edital da corrente cultural, que neste ano passou a destinar R$ 10 mil para cada projeto aprovado. "Já trabalhei nesse edital. Não vemos essa nova proposta como algo produtivo, principalmente para os artistas, grupos, companhias e donos de espaço locais."
A organização de algumas festas convocadas para a Praça Espanha, que reuniram perto de 10 mil pessoas e causaram tumulto e sujeira, não teve participação da prefeitura. Não havia responsável pelos eventos nem autorização. O pré-carnaval proporcionado pelo bloco Garibaldis e Sacis também gerou confusão. O papel do poder público nessas manifestações gerou debate nas ruas, na imprensa e na Câmara Municipal. "É importante que a prefeitura dê oportunidade para a realização de eventos, mas é preciso ter o aval dos órgãos públicos. Se não for assim, esse crescimento gera dano para a população", diz Arlindo Ventura, o Magrão, idealizador da Quadra Cultural.
Pedreira
Outro assunto que tem gerado debate é a reabertura da Pedreira Paulo Leminski. A prefeitura vai repassar à iniciativa privada a manutenção e a operação da Pedreira, além da Ópera de Arame e do Parque Náutico Iguaçu. A empresa que venceu a licitação poderá programar atrações por 25 anos e deverá reformar os locais a um custo de R$ 15 milhões, segundo a prefeitura. Parte da receita bruta será repassada à Fundação Cultural de Curitiba e à Secretaria do Meio Ambiente.
Magrão diz que é bom que Curitiba volte a ter um espaço para grandes shows, mas diz ter receio do uso privado do espaço público. "Ter a Pedreira liberada para shows é bom, o problema é ter esse espaço administrado por um grupo que pode vir a meter a faca no preço do ingresso e o povo ter de ficar de fora desses eventos, dando acesso apenas a pessoas privilegiadas".
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