Sete candidatos à Presidência da República participaram ontem à noite, na Band TV, do primeiro debate desta campanha eleitoral. A discussão entre os concorrente foi quente, com confrontos diretos e troca de críticas entre os três principais candidatos Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB). Além deles, também participaram do debate os candidatos Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSol), Levy Fidelix (PRTB) e Eduardo Jorge (PV) todos de partidos com representação no Congresso.
O início do debate, quando todos os candidatos responderam a uma pergunta única sobre a criminalidade no país, foi morno. Mas o clima logo esquentou quando começaram as perguntas diretas entre os candidatos. Pelo regulamento, todos os candidatos perguntavam, mas nem todos necessariamente precisavam responder e os candidatos centraram fogo nos três protagonistas da disputa.Marina, por exemplo, declarou que os cinco pactos propostos por Dilma em 2013 para responder à reivindicações dos protestos de rua foram "um fracasso". Já a presidente avaliou que eles teriam sido "um sucesso". Mais tarde, a candidata do PSB criticou a "falta de visão estratégica" da atual presidente. A petista alfinetou a adversária, sugerindo que Marina só teria "discurso".
Já entre Aécio e Dilma as principais divergências foram sobre a economia do país. A petista criticou as políticas econômicas do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e disse que elas causaram desemprego. O tucano criticou as taxas de crescimento e de inflação do atual governo, e disse que as políticas econômicas de FHC foram uma "herança bendita" que permitiram a estabilidade do país e as políticas sociais do governo Lula.
Também houve atritos entre os candidatos da oposição. Aécio acusou Marina de ser incoerente ao rejeitar o apoio do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e pedir apoio a José Serra (PSDB). Já a candidata do PSB disse que o tucano apresenta um quadro fantasioso de seu governo em Minas Gerais.
Outros candidatos
Pela natureza do regulamento, os outros candidatos acabaram tendo uma participação menor. Luciana Genro (PSol) centrou suas críticas no atual governo e relembrou sua expulsão do PT. "Quando o PT chegou ao poder, fui expulsa pela turma do José Dirceu porque não aceitava governar com o [José] Sarney e outros", disse.
Já Pastor Everaldo (PSC) criticou os investimentos do governo federal no porto de Mariel, em Cuba uma nação, disse ele, que desrespeita os direitos humanos. Eduardo Jorge (PV) buscou atrair o eleitor com temas mais liberais, defendendo a descriminalização das drogas e do aborto. Já Levy Fidélix (PRTB) defendeu, entre outras coisas, a privatização dos presídios.
O debate de ontem originalmente seria realizado no último dia 21. Mas a emissora decidiu adiá-lo por causa da morte do candidato Eduardo Campos (PSB), no dia 13. Outros três debates já estão agendados: no dia 1.º de setembro, no SBT; no dia 28 de setembro, na Record; e no dia 1.º de outubro, na Rede Globo. O primeiro debate entre os candidatos ao governo do Paraná também será Band, às 22h de amanhã.
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