Codato: repercussão limitada| Foto: Pedro Serapio/Arquivo/Gazeta do Povo

O clima de beligerância entre os defensores dos dois candidatos que disputam o segundo turno presidencial tem chamado a atenção dos usuários das redes sociais. Ataques ao PT e ao PSDB, grosserias de parte a parte e até mesmo a divulgação de mentiras sobre Aécio Neves e Dilma Rousseff se tornaram mais frequentes desde o anúncio do resultado do primeiro turno, no domingo retrasado.

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O clima agressivo por vezes chega a tornar difícil acreditar que o resultado da votação do dia 26 será facilmente aceito por todos, seja ele qual for. No entanto, segundo cientistas políticos, é normal que o tom suba neste momento decisivo do processo eleitoral, e isso não significa que depois da eleição o partido eleito vá enfrentar uma oposição mais dura.

"Primeiro, é preciso levar em conta que o número de pessoas que participam desse mundo virtual é muito menor do que o dos 140 milhões de eleitores", afirma o professor Adriano Codato, da UFPR. "Depois, nem sempre as pessoas que fazem esse tipo de ataque no mundo virtual mantêm o mesmo comportamento no seu dia a dia."

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Segundo Codato, o clima posterior à eleição depende de qual partido sair vencedor. Para ele, se o PSDB ganhar, o PT deverá retomar a sua velha verve oposicionista dos tempos de Fernando Henrique Cardoso. No entanto, uma quarta vitória consecutiva do petismo poderia elevar o tom dos opositores do partido. "Principalmente dentro da classe média existe um grupo não muito politizado mas que pauta muito o debate pela questão da corrupção, e por toda essa questão da Petrobras, é possível que os ânimos se exaltem", diz.

Boa vontade

Para Luiz Domingos Costa, cientista político da Uninter, é importante que o partido que vença as eleições dê já num primeiro momento mostras de boa vontade com o segmento que se sentir menos representado. "Se for o PT, por exemplo, poderá ter de fazer concessões à classe média, facilitando a aquisição de bens de consumo. Se for o PSDB, talvez tenha de fazer sinalizações para os beneficiários de programas sociais", diz.