Assembleia emenda feriado e não trabalhará na semana que vem
Os deputados estaduais do Paraná decidiram ontem que não haverá sessões na Assembleia Legislativa na próxima semana. Na segunda-feira, é feriado em Curitiba (Dia da Padroeira da cidade). A terçafeira acabou sendo emendada na folga. A Assembleia, durante o período eleitoral, já vinha realizando votações somente às segundas e terças-feiras as sessões das quartas já haviam sido suspensas para facilitar que os candidatos possam fazer campanha em suas bases. O presidente da Casa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), afirmou que as sessões suspensas serão compensadas. "Estamos em um momento atípico, que é de eleições. Não adianta ter sessão se não há o que discutir", justificou. Ontem, a sessão durou menos de uma hora. Nesse período, os deputados discutiram e aprovaram 15 projetos de lei a maioria de concessão de títulos de utilidade pública.
Katna Baran
Do início oficial da campanha eleitoral (em 7 de julho) até ontem, 45 dos 54 deputados estaduais faltaram a pelo menos uma das 17 sessões realizadas na Assembleia Legislativa do Paraná. No total, houve 166 faltas, das quais 95 foram justificadas.
O campeão de ausências não justificadas é o deputado Hermas Brandão Jr. (PSB), que não compareceu a nove sessões e justificou a ausência em outras duas. Quem acumula o maior número de faltas justificadas é o candidato à reeleição pelo PMDB Caíto Quintana, com dez ausências, seguido de perto pela deputada e também candidata à reeleição Marla Tureck (PSD), que justificou sete faltas e não justificou uma.
Apenas nove deputados não faltaram a nenhuma das sessões realizadas no período, apesar de estarem tentando a reeleição. São eles: Artagão Júnior (PMDB), Douglas Fabricio (PPS), Gilberto Ribeiro (PSB), Jonas Guimarães (PMDB), Luiz Claudio Romanelli (PMDB), Nelson Luersen (PDT), Pastor Edson Praczyk (PRB), Tadeu Veneri (PT) e Tercílio Turini (PPS).
Câmara Federal
Dos 30 deputados federais eleitos pelo Paraná, apenas três compareceram a todas as nove sessões deliberativas (ordinárias ou extraordinárias) da Câmara dos Deputados realizadas entre 7 de julho e 31 de agosto: Leopoldo Meyer (PSB), Luiz Carlos Hauly (PSDB) e Rubens Bueno (PPS). Os que mais faltaram são André Vargas (PT) e Hidekazu Takayama (PSC), que estiveram presentes em apenas duas sessões no período.
Vargas, que responde a processo de cassação na Câmara dos Deputados e não concorre à reeleição, não apresentou qualquer justificativa para suas faltas. Já Takayama, que tenta um novo mandato, só não justificou sua ausência em uma sessão realizada em 5 de agosto. Segundo o deputado, entre 14 e 16 de agosto ele teve obrigações político-partidárias que o impediram de comparecer às sessões, enquanto no dia 6 de agosto ele estava em "missão autorizada".
Análise
O cientista político Ricardo Oliveira, da UFPR, afirma que as eleições aumentam a morosidade do processo legislativo e o adiamento de debates importantes. Segundo Oliveira, apesar das eleições, o Legislativo não deve parar. "É o fim de um ciclo [uma legislatura], mas não pode ser um abandono completo. É preciso continuar os debates e, principalmente, a fiscalização [do Executivo]", diz. Ele ainda afirma que há uma relação entre presenças e ausências na campanha e durante o mandato. "Os que faltam no período eleitoral também faltam em toda legislatura; os que são mais assíduos geralmente também o são no período eleitoral."
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura