Marina em meio a aliados: candidata atribui ataques a “desespero” de adversários| Foto: Luiz Chaves/Sartori

Marina atribui discussão sobre sua renda a desespero do PT

A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) atribuiu ao "desespero" do PT a discussão sobre os rendimentos que obteve como palestrante nos últimos três anos e meio durante entrevistas ontem em Porto Alegre. Questionada por um dos entrevistadores a comentar a informação de que o comitê de campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) pedirá ao Ministério Público Eleitoral uma investigação sobre eventual omissão de ganhos, Marina qualificou a iniciativa de "acusação injusta, factoide".

Marina explicou que, desde 2011, quando deixou o Senado, vive de seu trabalho e, sem entrar no circuito comercial de palestras, se limita a aceitar convites. Os contratantes pagam à empresa que Marina criou em 2011 e que faturou R$ 1,6 milhão desde então. "Pagamos todos os encargos, ficou R$ 1,016 milhão", revelou Marina, ressalvando que o faturamento bruto da empresa não pode ser confundido com rendimento líquido pessoal. "Minha média salarial é de R$ 22 mil, R$ 24 mil, é só verificar."

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Marina reiterou que toda a movimentação financeira da empresa e dela está informada à Receita Federal e passou ao ataque. "O desespero está fazendo com que eles façam esse tipo de coisa", afirmou. "Lamento que a presidente Dilma se submeta a esse tipo de lógica do poder pelo poder, de que vale tudo para ganhar uma eleição", prosseguiu, prometendo que vai fazer disputa limpa, sem acusações ou tentativas de criar factoides contra concorrentes.

Marina admitiu ainda a possibilidade de levar o caso ao Ministério Público. Lembrou que ela e o marido já sofreram acusação infundada de participação em tráfico de madeira e levaram o caso ao Ministério Público, que concluiu que se tratava de inverdade.

Estadão Conteúdo

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Lula é derrubado em comício- O ex-presidente Lula foi derrubado por um militante petista durante comício na quarta-feira, em Salvador. O evento foi organizado pelo PT e siglas coligadas em favor da candidatura de Rui Costa (PT) ao governo da Bahia e à reeleição de Dilma Rousseff. No evento, Lula resolveu cumprimentar de cima do palco um grupo de militantes na parte da frente da estrutura. Um deles puxou o ex-pre­sidente que caiu no palco sendo ajudado a levantar por Rui Costa
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Os principais adversários da candidata à Presidência Marina Silva (PSB) abriram ontem diferentes frentes de ataque à ex-senadora. Enquanto Aécio Neves (PSDB) ligou a candidata ao mensalão, o PT de Dilma Rousseff questionou o patrimônio declarado por Marina à Justiça Eleitoral, a acusou de plágio e criticou propostas da adversária.

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Em uma frente, o PT informou que pedirá ao Ministério Público Eleitoral que abra uma investigação para apurar eventual omissão de Marina sobre os ganhos com palestras feitas por ela. Ela recebeu R$ 1,6 milhão com palestras nos últimos anos e declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 135 mil. Para a campanha petista, o patrimônio declarado por Marina não parece compatível com os seus rendimentos brutos, levando em conta o faturamento de sua companhia, da qual ela figura como única dona.

Sobre as propostas de Marina, Dilma disparou, em evento no Ceará, que os seus adversários querem acabar com o programa de habitação Minha Casa, Minha Vida. Segundo Dilma, tanto Marina quanto Aécio são contra o subsídio dos bancos públicos e querem praticar tudo "a preço de mercado". Dilma repetiu o mesmo tom da ‘tática do medo’ usado nas últimos dias para atacar os adversários, principalmente Marina.

Tucanos

Já Aécio usou o caso do mensalão para tentar desgastar Marina e ligá-la ao PT. "As nossas principais adversárias não estavam desse lado, estavam contra o Plano Real, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e nos brindaram com um obsequioso silêncio no momento no qual as mais graves denúncias surgiram sobre malfeitos do governo federal", ressaltou.

Aécio tenta dessa forma retomar os votos antipetistas que migraram para a candidata do PSB depois da morte de Eduardo Campos. O presidenciável do PSDB começou sua fala dizendo que "a vitória que importa não é só a das urnas, mas o apoio permanente, o abraço e o olhar de esperança e confiança e palavra de estímulos", e emendou duras críticas a Marina e Dilma. "Não acredito em convenções de última hora (...) Basta à fraude, à mentira, ao engodo", disse.

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Plágio

Outra frente de críticas é a acusação de plágio. O site Muda Mais, criado pelo PT para defender a reeleição da presidente Dilma, publicou ontem um texto no qual acusa o programa de governo de Marina para a área de energia de ser um "plágio" de um artigo publicado em 2011 pela Revista USP (Universidade de São Paulo). É a primeira vez que petistas afirmam que a candidata do PSB, que lançou seu programa de governo no último dia 29, de copiar propostas já apresentadas.

Aécio Neves já havia criticado Marina por ter copiado, em seu programa, trechos do Plano Nacional de Direitos Humanos lançado no governo Fernando Henrique Cardoso.

Assessores de Dilma, Marina e Aécio discordam sobre economia

Agência O Globo

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Economistas representantes dos três principais candidatos à Presidência discutiram ontem ideias para a área econômica. No debate, num seminário da Associação dos Funcionários do Banco do Brasil, os pontos mais polêmicos foram como voltar a crescer, controlar a inflação e se o Banco Central (BC) deve ou não ter autonomia para impor a política de controle de preços.

Para os economistas responsáveis pelo programa do PSB e do PSDB, o BC deveria ser autônomo e livre de pressões políticas para definir a taxa básica de juros (Selic). Alexandre Rands, economista da campanha de Marina Silva, contou inclusive que foi colega do presidente do BC, Alexandre Tombini, e o classificou como um ótimo economista, mas que não tomou as decisões corretas.

Já o economista Márcio Pochmann, da campanha da presidente Dilma, foi direto em sentido contrário. E disse que o país não tem condições de dar autonomia ao BC. "O Brasil não tem maturidade democrática. É um retrocesso democrático", frisou, completando: "É retirar do povo a decisão de como deve atuar o Banco Central". Pochmann ainda defendeu a criação de mais bancos públicos.

Mansueto Almeida, economista do PSDB, criticou a falta de transparência, a qualidade dos gastos públicos e o atraso do repasse do Tesouro Nacional para Caixa Econômica Federal com objetivo de maquiar as contas públicas. Disse que o país não tem como ampliar as despesas sociais sem voltar a crescer. "A gente não tem dinheiro para ter a mesma saúde da Finlândia ou a mesma educação da Inglaterra. Para isso, a gente tem de crescer. Sem crescimento, não dá para gastar com o social."