Adversários históricos no plano nacional, o PT e o DEM estão lado a lado na disputa pelo governo do Pará, estado com 5 milhões de eleitores e onde a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizam um comício na noite desta quarta-feira (10).

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O principal colégio eleitoral da região Norte é o único caso em que os dois partidos se aliaram numa chapa majoritária, encabeçada por Helder Barbalho (PMDB). O DEM lançou o deputado federal Lira Maia para a vice de Barbalho e o PT tenta uma vaga no Senado com o ex-deputado Paulo Rocha.

O acordo com o PMDB foi costurado pessoalmente por Lula e pelo pai do candidato peemedebista, o senador Jader Barbalho. Para o ex-presidente e principal cabo eleitoral de Dilma, a entrada na coligação era a única forma de o PT voltar ao governo do Estado depois do fracasso eleitoral do partido em 2010, quando Ana Júlia não conseguiu se reeleger. Com o argumento de que o PMDB contribuiu para a derrota da petista há quatro anos, a ala da ex-governadora defendeu uma candidatura própria ao governo paraense, mas a executiva nacional do PT assegurou a aliança com o PMDB.

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A ofensiva de Dilma e de Lula a Belém é uma ação para manter a liderança da petista no Estado alcançada em 2010, quando ela obteve quase 1,7 milhão de votos. O segundo colocado naquele pleito foi o tucano José Serra (cerca de 1,3 milhão de votos) e a atual candidata pelo PSB e principal oponente da presidente em reeleição, Marina Silva, conseguiu 470 mil votos.

"Anomalia"

Ex-prefeito de Santarém, Lira Maia reconhece que a parceria com os petistas é uma "anomalia", mas alega que o acerto de seu partido é com o PMDB e que a realidade local se sobrepôs à nacional. "A gente considera que não é o normal e não é o comum" afirmou ao Broadcast Político. "O importante é que estamos com uma candidatura consolidada".

Maia também minimizou a declaração feita por Lula em 2010, que à época disse que era preciso "extirpar o DEM" da política nacional. "Eu faço política pensando na eleição futura. O Lula perdeu três eleições porque não fez alianças. Quando ele aceitou fazer, ganhou. Não vejo dificuldades nisso". Maia alega que, mesmo na chapa liderada pelo PMDB, apoia a candidatura do senador Aécio Neves à presidência.

Ele não comparecerá ao comício de hoje, que acontece no bairro de Pedreira, em Belém, mas nega que sua ausência seja em razão dos petistas. Ele justifica que não poderá comparecer porque viaja ainda hoje para Santarém, sua base eleitoral.

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