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O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, procurou nesta segunda-feira (20) atribuir responsabilidades ao governo federal na atual crise da água em São Paulo.

O tucano afirmou que "talvez tenha faltado" maior atuação federal no caso e fez críticas à ANA (Agência Nacional de Águas). "Talvez o que tenha faltado seja uma parceria maior do governo federal. Por exemplo: a Agência Nacional de Águas, criada no governo Fernando Henrique Cardoso, se não tivesse no governo do PT servido a outros fins. Nós nos lembramos bem quais foram as indicações, os critérios para se ocupar cargo de diretoria da ANA. Ela poderia ter sido uma parceira maior do governador [Geraldo Alckmin, PSDB]", disse Aécio em Caeté (MG).

Questionado sobre possíveis prejuízos à sua candidatura motivados pela crise hídrica paulista, Aécio descartou a possibilidade. Repetiu a argumentação de Alckmin sobre o caráter atípico da atual seca ("maior dos últimos 80 anos") e citou a reeleição do governador."Vi essa questão da água ser muito discutida na campanha de São Paulo, e nós vimos o resultado [reeleição de Alckmin]. Acho que os paulistas compreenderam o esforço que o governador do Estado, Geraldo Alckmin, fez", disse o candidato, para quem a população paulista entendeu e concordou com a medida do governo tucano de conceder bônus a quem economizar água.

Aécio disse que, caso eleito, será "grande parceiro" de São Paulo e de outros Estados que enfrentem problema semelhante. "Vamos planejar juntos. Meu governo não vai terceirizar responsabilidades, vai assumir as suas e agir em parceria. Serei parceiro do Alckmin para enfrentar essas e outras questões, como a da segurança pública", disse.

No domingo (19), a propaganda da Dilma na TV dedicou mais da metade do tempo a criticar os governos do PSDB em São Paulo pela crise hídrica.

ORAÇÃOAécio abriu a última semana de campanha como começou, indo ao santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Caeté (Grande Belo Horizonte)."Vim aqui pedir que me dê forças e capacidade para vencer as eleições, mas muito mais do que isso: para enfrentar os desafios que temos pela frente", disse.

Com a visita, Aécio repete gestos políticos e religiosos de seu avô, Tancredo Neves (1910-1985), que costuma ir ao local antes de iniciar campanhas por cargos eletivos.O tucano disse que a visita tinha caráter pessoal, e não de campanha. Afirmou que pretende iniciar a fase final da campanha falando a "verdade" e reiterando sua fé em Deus e a "confiança" em que pode fazer um governo eficiente.

Disse ainda que com o gesto estava cultivando os "valores da ética, da generosidade e do amor ao próximo". "Saio daqui energizado e com muita coragem mesmo para vencer os desafios e essa eleição", afirmou.

Aécio assistiu a uma missa numa cripta, celebrada por dois padres. Depois foi conduzido pelos párocos até a igreja, que está em obras.

Poucos correligionários puderam acompanhar a passagem pela igreja --entre eles o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), agora liberado para apoiar o tucano.

Aécio disse que evitará ataques, mas responderá caso seja agredido. "Apenas não aceitarei a infâmia, a calúnia, a mentira e a deturpação. Obviamente, elas serão sempre respondidas", disse.

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