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Em seminário ontem para empresários, os coordenadores de campanha dos presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) se comprometeram a discutir e enviar ao Congresso o projeto de uma reforma tributária no primeiro mês de um eventual mandato, mas evitaram prometer redução da carga de tributos.

O candidato tucano foi representado pelo ex-presidente da Vale do Rio Doce Wilson Brumer e o pessebista pelo ex-deputado Maurício Rands, que, após discurso, deixou o local e foi substituído por Ana Carolina Marinho. Convidado, o coordenador do programa do PT, Alessandro Teixeira, justificou que não poderia participar do encontro, organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais).

Rands e Brumer defenderam posições já manifestadas pelos candidatos na sabatina da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na quarta-feira, como o corte de ministérios, a simplificação e unificação de tributos, menor intervenção estatal na economia e gestão baseada em meritocracia.

Questionado sobre a possibilidade de redução de impostos nos próximos dez anos, Rands disse que a coordenação da campanha de Campos é "cautelosa" sobre o estabelecimento de metas, mas diz que o candidato "se compromete a não aumentar tributos". Já Brumer sinalizou aos convidados que "acha ser possível" diminuir a carga tributária nos próximos dez anos, mas disse que a redução "virá naturalmente". "Não dá para pensar em um primeiro momento, dizer vai sair de ‘x’ para ‘y’ em termos de cargas tributárias. Mas temos que colocar na agenda e colocar uma meta", disse.

Sabatina

No evento, os empresários manifestaram insatisfações, queixas e deram sugestões de medidas para desburocratizar a economia brasileira. Com tempo de dois minutos para responder às perguntas, os representantes das campanhas apresentaram propostas, mas evitaram detalhá-las.

Os coordenadores foram questionados sobre a possibilidade de um ‘tarifaço’ em 2015 – série de aumentos dos preços monitorados, como gasolina e energia. Eles afirmaram que os candidatos "estão discutindo" a medida, mas veem o aumento como inevitável. "A situação da energia é muito crítica. Não sei o que vai acontecer após as eleições. No governo Eduardo Campos, não sei se vai aumentar a tarifa ou haver racionamento. Mas vamos ter que discutir com a sociedade", afirmou Marinho. Brumer defendeu a discussão de um escalonamento a longo prazo para o aumento, para que a indústria se planeje.

Empresários ouvidos pela reportagem após o evento afirmaram que, apesar da ausência de representante do governo federal, o seminário é importante para demonstrar a insatisfação do setor com a economia. "Já passou da insatisfação, até. É uma total exaustão", criticou Estevan Cintra, diretor de uma empresa de consultoria.

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