O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, espera que as pesquisas de intenção de voto a serem divulgadas na semana que vem apontem uma recuperação de sua candidatura, atualmente em uma distante terceira posição na preferência do eleitorado.
Em sabatina à RedeTV e ao portal iG na sexta-feira, o tucano também defendeu uma reforma política que acabe com a "farra" da criação de partidos e alfinetou a candidata do PSB, Marina Silva, por buscar a criação de mais uma legenda, a Rede Sustentabilidade.
"Eu tenho um projeto para o Brasil e é esse projeto que estará no segundo turno. Não tenha dúvida de que essa movimentação já começa a acontecer e na semana que vem eu espero que as pesquisas já comecem a sinalizar nessa direção", disse Aécio, que atualmente aparece bem atrás de Marina e da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, que disputam a liderança.
O tucano defendeu uma reforma política que inclua uma cláusula de barreira para reduzir o número atual de partidos, considerado exagerado por ele, e o voto distrital misto.
"Eu estou tendo a coragem de dizer que eu quero acabar com essa farra de criação de partidos políticos", disse, afirmando que atualmente 32 legendas estão disputando as eleições, outras quatro estão com pedido de registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mais 22, de acordo com ele, estão "a caminho".
"A candidata Marina, ao contrário, quer criar um para ela, inclusive. Quer criar o seu, e não fala em diminuir o número de partidos", disparou Aécio, numa referência à Rede Sustentabilidade, partido que Marina tentou sem sucesso criar no ano passado com vistas às eleições deste ano e que já disse que buscará formalizar no ano que vem.
Aécio voltou a criticar o governo Dilma pelas denúncias de corrupção na Petrobras e reiterou que, se for derrotado nas urnas, o PSDB estará na oposição ao próximo governo, seja ele qual for.
"Nós temos duas alternativas. Ou ganhamos as eleições e vamos governar o Brasil, e é a alternativa que eu prefiro e vou lutar por ela, ou perderemos as eleições --se essa for a decisão dos brasileiros e espero que não seja-- e vamos para a oposição", garantiu.
"Quem decide o papel do partido político é o povo... Se nós perdermos as eleições, vamos para a oposição a quem ganhar."
Marina tem dito que, se eleita, governará com "os bons" de cada partido, citando, inclusive, nomes do PT e do PSDB, como o do ex-governador de São Paulo José Serra.
Fim das desonerações
Na sabatina, Aécio garantiu ainda que se vencer as eleições acabará com as "desonerações pontuais" feitas pelo governo Dilma, segundo ele, para atender "aos amigos do rei".
"Como estão sendo feitas (as desonerações), sim (serão cortadas). Até porque não trouxeram resultado algum na busca pela retomada do crescimento", afirmou o tucano, acrescentando que quer "juro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o conjunto da economia".
Indagado sobre três cortes de gastos que faria caso eleito, até mesmo para cumprir promessas de campanha como a ampliação e a criação de novos programas sociais, Aécio se esquivou de responder diretamente, mas garantiu que as propostas serão concretizadas acompanhando o quadro fiscal.
"Todas as nossas propostas serão implementadas, obviamente, a partir do espaço fiscal que houver para fazer", assegurou.
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