O senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato à Presidência, indicou nesta quinta-feira (9) que não abrirá mão da proposta de redução da maioridade penal em casos de crimes graves para obter o apoio de Marina Silva (PSB) no segundo turno das eleições.
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O tucano afirmou que uma aliança no segundo turno deve ser feita tendo como base "o essencial". "O essencial hoje é a mudança.""O caso não é de abrir mão de propostas. É aprimorarmos. Se formos reconstruir o projeto desde o início, não estamos fazendo uma aliança. Aliança tem que acontecer entorno do essencial. O essencial hoje é a mudança. E eu, pela vontade de grande parte dos brasileiros, tenho a responsabilidade de conduzir essa mudança", disse Aécio, em coletiva de imprensa em seu comitê no Leblon, zona sul do Rio.
Em carta endereçada aos partidos que compuseram sua coligação, Marina afirma que o apoio ao tucano dependerá da resposta que ele der às sugestões apresentadas por seu grupo político. Ela e seus aliados exigem do tucano uma sinalização clara à esquerda, o que inclui o abandono de uma de suas principais bandeiras de campanha, a proposta de redução da maioridade penal, hoje de 18 anos.
O senador voltou a defender a redução da maioridade penal para casos de crimes graves, após a avaliação do Ministério Público e da Justiça. O senador disse que a alteração atingiria apenas 1% das infrações cometidas por jovens entre 16 e 18 anos.
O tucano afirmou, contudo, ver mais convergências do que divergências entre seu plano de governo e o de Marina. "Nosso programa tem muita inserção social, educação e sustentabilidade. Mas quando se busca um apoio no segundo turno não pode nos levar também a abdicar daquilo que acreditamos que seja essencial para o país. Vejo muito mais convergências entre o que tenho ouvido das propostas da candidata Marina do que divergências."
O senador comparou as atuais adesões, e a expectativa de apoio de Marina, ao contexto político que culminou com a eleição de seu avô, Tancredo Neves, à Presidência em 1985 --ele morreu antes de tomar posse.
"As mudanças não são uniformes. As pessoas que esperam mudanças se distinguem em determinados aspectos, ou temas. Mas a união no segundo turno é entorno de um objetivo maior. Na articulação entorno de Tancredo Neves tinha desde partidos comunistas à frente liberal, considerados por alguns de direita conservadora. Fizeram isso porque Tancredo representava a possibilidade de reencontrarmos a democracia no Brasil. Uma aliança no segundo turno se dão entrono de objetivos maiores: um governo eficiente e ético", afirmou.
O tucano ressaltou já ter obtido o apoio de partidos adversários no primeiro turno, como o PSC, PV e o PSB, sigla pela qual Marina se candidatou.
Aécio disse que está em contato com o deputado e senador eleito Romário (PSB) para obter seu apoio. O tucano disse que não ver problemas em incorporar algumas das propostas do ex-jogador. Ele agradeceu ainda o apoio declarado pelo candidato ao governo do Rio Grande do Sul Ivo Sartori (PMDB). "Não sou mais o candidato do PSDB, mas o candidato das forças da mudança, que quer acabar com esse ciclo perverso de governo e colocar um outro que faça o Brasil crescer e avançar nos seus indicadores sociais."
PROGRAMAS SOCIAISEle criticou também falas da presidente Dilma Rousseff que afirmam que o PSDB não foca suas políticas públicas nos mais pobres. "Não houve nenhuma ação na nossa história contemporânea de maior inclusão social do que o Plano Real, combatido pelo PT. Eu jamais disse que o PT não gostava dos pobres porque votaram contra o Real. O que esse governo que está fazendo é que é contra os pobres. De que adianta termos uma política de aumento real do salário minimo se o país parou de crescer? Em 2016, o ganho real do salário mínimo sabe qual vai ser? O crescimento deste ano, praticamente nulo. Temos que tratar o eleitor com respeito."
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