A campanha de Aécio Neves (PSDB) largou na frente para conquistar o apoio de Marina Silva (PSB) no segundo turno da eleição presidencial. O ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso e outros integrantes da cúpula do PSDB procuraram ontem interlocutores de Marina algo que também foi feito pela campanha de Dilma Rousseff (PT). No entanto, a candidata do PSB estaria mais inclinada a apoiar Aécio, desde que ele se comprometa a firmar uma aliança com base no programa de Marina, que conquistou 21,32% dos votos válidos. O resultado da negociação deve ser anunciado até a quinta-feira.
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Além da aproximação entre os tucanos e Marina, Aécio ganhou ontem um apoio de peso simbólico: da família de Eduardo Campos, ex-governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) que morreu durante a campanha e foi substituído por Marina. "O meu voto no segundo turno é em Aécio Neves", afirmou o advogado Antonio Campos, irmão de Eduardo, e porta-voz da família.
A manifestação de apoio dos familiares de Campos coloca pressão sobre a cúpula do PSB. Nos bastidores, o rumor é de que o presidente nacional da sigla, Roberto Amaral, estaria tentando convencer a legenda (e consequentemente Marina) a apoiar Dilma. A Executiva Nacional do partido se reunirá amanhã, em Brasília, para definir o rumo que vai tomar no segundo turno.
Um dia depois, na quinta-feira, o PSB vai se reunir com os demais partidos que participaram da aliança de apoio a Marina PPS, PSL, PPL, PHS e PRP para anunciar a decisão do grupo. Dentre as demais siglas, a tendência é que o candidato escolhido seja Aécio.
O biólogo João Paulo Capobianco, um dos braços-direitos de Marina na formação da Rede, disse que ainda não há definição. Mas descartou a possibilidade de Marina ficar neutra desta vez, como fez em 2010. Segundo ele, "neutralidade" não é uma palavra no dicionário da Rede. Capobianco admitiu ainda que há uma avaliação de que "não dá mais para ter quatro anos deste governo", em referência ao governo Dilma Rousseff (PT).
Fantasmas
Em sua primeira entrevista coletiva, concedida ontem à tarde, em São Paulo, Aécio já deu o tom sobre como será a sua campanha no segundo turno. Depois de convidar Dilma a fazer uma campanha propositiva e de alto nível, ele criticou a adversária, destacando que é o único capaz de promover as mudanças desejadas pela maioria da população.
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"Me surpreende abrir hoje os jornais e ver a candidata oficial falar de fantasmas do passado. Na verdade, os brasileiros estão muito preocupados são com os monstros do presente: inflação alta, recessão, corrupção", disse Aécio. "Portanto, para enfrentar isso é que nós nos preparamos e reunimos alguns dos mais qualificados brasileiros e estamos prontos para vencer a eleição e fazer a grande travessia."
Na entrevista, Aécio destacou ainda que recebeu ontem pela manhã um telefonema "de forma muito honrosa" de Marina cumprimentando-o pelo resultado do primeiro turno. A candidata derrotada também telefonou para Dilma. Em ambos os casos, não falou sobre alianças.
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