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Mesmo com a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de inocentar a presidente Dilma Rousseff pelo prejuízo de US$ 792 milhões com a compra da refinaria de Pasadena quando ela era presidente do conselho de administração da Petrobras e ministra de Minas e Energia, o candidato a presidente Aécio Neves (PSDB) pretende manter as críticas durante toda a campanha de que ela é uma má gestora e focará na "responsabilidade moral" da petista sobre o caso.

"Existem muitos níveis de responsabilidade. No sentido jurídico, que implica em ressarcimento ao dano, ela foi inocentada. Mas e a responsabilidade moral? Ela não se reunia com a direção da empresa para discutir receita de bolo ou resultado de futebol, né?", opinou o candidato a vice na chapa de Aécio, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).

A ideia é mostrar, inclusive na TV, que a imagem de boa gestora com a qual o ex-presidente Lula recomendou Dilma para emplacá-la como sua sucessora na eleição passada não se confirmou não só nesses três anos de governo, mas que nunca existiu, nem mesmo quando ela era ministra na gestão anterior. A decisão de manter a estratégia de abordar o aspecto moral de Dilma ocorre em meio ao primeiro significativo questionamento ético da campanha tucana: a revelação de que Aécio, quando governador, desapropriou um terreno dentro da fazenda de seu tio e autorizou a construção de uma pista para aviões na propriedade rural, que fica próxima também a sua fazenda.

O coordenador nacional do comitê de Aécio, senador José Agripino (DEM-RN) explica os argumentos. "Ela era vendida pelo Lula como uma gestora que participa e conhece todos os pontos daquilo que comanda, então essa imagem falece com a responsabilização, pelo TCU, da equipe que ela manteve em seu governo. Na campanha, isso será colocado para que o eleitor não vote em gato por lebre".

A estratégia adotada por Aécio continuará sendo a de não personificar na presidente, pois acreditam que esse tipo de ofensiva desagrada o eleitor. Portanto, quando o tucano foca a artilharia nos fracassos do governo petista, isso inclui a explicação do prejuízo de US$ 800 durante a gestão do PT.

O ex-vice governador de São Paulo e integrante da equipe do presidenciável tucano, Alberto Goldman, afirmou que não concorda com a decisão do TCU. "Foi uma decisão de ordem política e não técnica, porque o TCU é constituído de membros políticos, indicações de peso político e não é correta, na minha avaliação". Mas, independentemente disso, Goldman acredita que o tema estará presente nos debates eleitorais. "(A absolvição) pode até ser um argumento usado por ela para se defender, mas o nosso argumento será dizer gente da equipe dela dá prejuízo milionário aos cofres públicos e isso é grave".

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