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O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, prometeu nesta terça-feira (5) criar uma carreira nacional de médicos no país se for eleito em outubro, além de 500 centros de "atendimento especializado" em municípios brasileiros.

O tucano disse que pretende acabar com o atendimento de profissionais estrangeiros no país e que os médicos cubanos, trazidos ao Brasil pelo governo Dilma Rousseff, têm "prazo de validade". "Os cubanos têm prazo de validade, ficarão aqui por três anos. O que eu pretendo é que não haja mais a necessidade de médicos estrangeiros no Brasil. Ao longo do tempo as nossas políticas, ações, permitirão que essas vagas sejam ocupadas por brasileiros, formados, que passem pelo Revalida", afirmou.

Após encontro com profissionais de saúde organizado pela AMBr (Associação Médica de Brasília), Aécio disse que se houver necessidade de médicos estrangeiros no país, isso será uma "solução lateral, e não a solução central".

Em um recado a Dilma, Aécio disse que tratar a questão da saúde pública com foco apenas no programa "Mais Médicos" é "mascarar a realidade". "Médicos são importantes, eu quero muito mais médicos, mas eu quero mais que isso. Eu quero muito mais saúde para todos os brasileiros."

O tucano reiterou que os salários dos médicos cubanos têm que ser igual aos dos demais médicos estrangeiros que atuam no país. Há duas semanas, durante sabatina da Folha de S.Paulo, Aécio havia afirmado que não aceitaria as regras do governo cubano para o pagamento de profissionais do programa Mais Médicos, instituído pelo governo federal em 2013.

Atualmente, as bolsas pagas aos médicos brasileiros e estrangeiros é de R$ 10 mil. Porém, diferentemente dos outros países, a remuneração dos profissionais cubanos é paga ao governo do país e apenas R$ 3.000 chegam ao bolso dos médicos. "No meu governo, não permitirei a discriminação que existe hoje em relação aos cubanos que recebem cerca de 20% do que recebem médicos de outras partes do Brasil."

Em relação aos 500 centros de atendimento especializado, Aécio disse que cada unidade terá um médico para fazer o diagnóstico inicial do paciente, realizar exames e a entrega de eventuais medicações - sem a necessidade de seguir para outro hospital. "Vamos fazer uma verdadeira revolução no atendimento da saúde pública no Brasil."

O candidato foi aplaudido pelos cerca de 200 profissionais de saúde que participaram do encontro com o tucano. O presidente da Associação Médica Brasileira, Florentino Cardoso, disse que o tucano será o "futuro presidente" com o apoio da classe médica. "É uma pessoa que vai ouvir e decidir, sem viés eleitoreiro, a construir verdadeiras políticas de Estado, e não de governo", afirmou.

No discurso aos médicos, Aécio disse que as ações do governo Dilma são orientadas por "marketing e superficialidade", especialmente na área de saúde. "Vamos criar uma carreira nacional de profissionais da saúde. Mas o governo tem que buscar as contribuições que desde já estou buscando", afirmou.

INFRAESTRUTURAO tucano também prometeu um "choque de infraestrutura" no país, com novas obras e a conclusão das que foram iniciadas pelo atual governo - o que inclui a criação do Ministério da Infraestrutura. Mas não deixou claro se pretende subordinar as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) à nova pasta.

"Quando falei da ideia de construirmos um forte ministério, é para que isso possa ajudar a restabelecer credibilidade do país, abandonada e perdida hoje, para podermos ter de novo capital provado nacional e estrangeiro a nos ajudar nesse mutirão de infraestrutura no país."Aécio disse que sua prioridade serão hidrovias, ferrovias e investimentos nos portos e rodovias, com a "segurança jurídica" necessária para marcos regulatórios. "Meu ministério e meu governo não estará preocupado com marcas, slogan e não terá o ministro mais importante sendo o marqueteiro do governo."

O tucano classificou de "trágica" a situação do setor elétrico brasileiro, com "equívocos" cometidos pelo governo Dilma que resultaram em aportes do Tesouro Nacional no setor. "São recursos que poderiam ir para a saúde, segurança pública e até para outros investimentos."

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