Ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha afirmou nesta quarta-feira (16) que a reformulação defendida pelo presidenciável Aécio Neves (PSDB), no Mais Médicos, na prática, inviabiliza o programa.
Padilha foi responsável pela idealização do programa, que se tornou uma de suas principais bandeiras na campanha ao governo de São Paulo e também da reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Em sabatina realizada nesta quarta-feira pela Folha de S.Paulo, pelo portal UOL, pelo SBT e pela rádio Jovem Pan, o tucano afirmou que, se eleito, vai rever o acordo que permite a vinda de médicos cubanos para atuar na rede de assistência básica e criar condições para que os profissionais passem pelo Revalida, exame federal para reconhecer o diploma de medicina obtido no exterior.
"Na prática, mais uma vez o candidato do PSDB à Presidência não conseguiu esconder que quer acabar com o atendimento a 50 milhões de brasileiros, incluindo 7 milhões de paulistas, que antes não tinham médicos e que, graças ao programa Mais Médicos, passaram a ter atendimento básico perto de casa -e, isso, num prazo recorde de apenas dez meses", afirmou Padilha.
O candidato do PT ao governo paulista disse que o programa foi testado e aprovado pelo brasileiros. O ex-ministro provocou os tucanos.
"Governos de outros partidos já tiveram a chance de resolver o grave problema da falta de médicos para a população brasileira e não o fizeram. Agora que temos uma solução testada e aprovada por milhões de brasileiros, eles querem mudar a proposta para inviabilizar o programa. Além disso, o Mais Médicos é lei", alfinetou.
O petista afirmou que a ideia do programa atende a uma demanda apartidária. "Ele nasceu de uma demanda de prefeitos de todos os partidos, inclusive do PSDB. São 14 mil médicos no Brasil e mais de dois mil em São Paulo, que foi o Estado que mais pediu médicos do programa."
Atualmente, as bolsas pagas aos médicos brasileiros e estrangeiros é de R$ 10 mil. Porém, diferentemente dos outros países, a remuneração dos profissionais cubanos é paga ao governo do país e apenas R$ 3.000 chegam ao bolso dos médicos.
O governo brasileiro, no entanto, não assinou acordo com Cuba, mas com a Opas (Organização Panamericana de Saúde). O governo cubano recebe da entidade por médico enviado ao Brasil a mesma quantia que é paga pelo governo brasileiro diretamente aos demais médicos brasileiros ou estrangeiros de outras nacionalidades, assim, a decisão final sobre a fatia paga ao médico cubano e a que fica para o governo da ilha é de Cuba.
A triangulação foi atacada por Aécio. "Por que os médicos cubanos recebem remuneração de em torno de 20% daquilo que o Brasil paga a essa associação? Porque o Brasil se submeteu a esse acordo. Nós temos que rever esse acordo", disse o presidenciável.
"O que eu não quero e não permitirei é que haja discriminação em relação a médicos cubanos. Médicos estrangeiros são bem-vindos ao Brasil. O nosso governo vai criar condições, cursos para qualificação desses médicos, para que eles se submetam ao Revalida e vai garantir no entendimento com a força do governo brasileiro que eles recebam a mesma remuneração que recebem médicos de outros países", completou.
Ele afirmou que o Brasil tem financiado Cuba por meio do programa. "O governo brasileiro financia o governo cubano com parte da remuneração dos médicos cubanos. Nós vamos financiar os médicos cubanos", disse.
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