O tucano Aécio Neves agradeceu ontem o apoio de Marina Silva (PSB) e aproveitou para alfinetar a presidente Dilma Rousseff (PT). "A partir de agora, somos [eu e Marina] um só corpo, um só projeto em favor do Brasil", disse Aécio em visita a Aparecida (SP), onde participou das celebrações pelo Dia da Padroeira do Brasil. "Sob as bênçãos da nossa padroeira, hoje é um dia glorioso", afirmou o candidato. "Marina representa o sentimento de uma parcela muito expressiva da sociedade brasileira que quer voltar a acreditar na política como um instrumento de transformação da vida das pessoas."
Aécio disse ter sido informado sobre a decisão em conversa por telefone com a ex-candidata do PSB na noite do sábado. Ele negou ter feito concessões a Marina e disse que houve "convergência" dos programas de governo dele e o da ex-candidata. Questionado se Marina gravaria depoimento para o seu programa eleitoral na TV, afirmou que, diante de "uma manifestação dessa grandeza", não lhe cabe "solicitar absolutamente nada".
Caixa
Aécio também aproveitou para rebater Dilma, que no sábado havia acusado o tucano de ter sido indicado a vice-presidente da Caixa Econômica Federal aos 25 anos por causa de motivações políticas. "Nós estamos vendo uma candidata desesperada, à beira de um ataque de nervos."
O tucano e a mulher, Letícia, não chegaram a tempo para a missa solene pelo Dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Ele disse ter tido problemas para deixar o Rio de Janeiro por causa do mau tempo, já que viajou de avião. Ainda assim, Aécio participou da coletiva de imprensa dedicada a falar da celebração, ao lado do governador reeleito de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e do senador eleito José Serra (PSDB). Aécio prometeu ainda, se eleito presidente, fazer "parcerias" para melhorar a infraestrutura turística de Aparecida. Antes de deixar a cidade, o candidato tucano rezou na nave central do santuário e tirou "selfies" com religiosos e eleitores.
O bispo auxiliar de Aparecida, dom Darci José Nicioli, procurou esclarecer que o fato de apenas Aécio ter comparecido não significa que a Igreja tenha feito uma opção pelo tucano. Ele explicou que Dilma também foi convidada, mas não pôde comparecer por motivos de agenda. "Não é uma coletiva tucana", brincou dom Darci.