Dissidentes do PMDB que não apoiam a candidatura do senador Roberto Requião ao governo do Paraná lançaram no último sábado (26), na Boca Maldita, no centro de Curitiba, a Frente Ampla Paraná Total. O objetivo dos peemedebistas contrários a Requião é apoiar a candidatura do governador Beto Richa (PSDB).
Encabeçado pelo secretário-geral do PMDB de Curitiba, Doático Santos, que integrava a ala do partido que defendia a reeleição de Richa, o movimento, que contou com a presença do ex-governador Orlando Pessuti, distribuiu cédulas falsas de dólar com o rosto de Requião e panfletos com matérias jornalísticas sobre a Operação Dallas, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em setembro de 2011.
De acordo com investigações da PF, haveria uma série de irregularidades no Porto de Paranaguá, no litoral do estado, como desvio de cargas a granel destinadas à exportação no silo da Companhia Brasileira de Logística (CBL), favorecimento de empresas responsáveis pela retirada de resíduos do porto, desvio de dinheiro público, entre outros. Dentre os investigados no caso, estão os dois ex-superintendentes da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio de Oliveira e Eduardo Requião, irmão de Requião. Segundo a Receita Federal, apenas os desvios de carga podem ter lesado os cofres públicos em até R$ 8,5 milhões.
"Requião leva o PMDB à derrota", diz Santos
Para o secretário-geral do partido de Curitiba, Requião, aos 73 anos de idade, deveria permitir que o PMDB pudesse restabelecer um plano de futuro. "O Requião leva o PMDB à derrota. Por isso, nos distanciamos e vamos apoiar a reeleição de Richa", diz Santos. "Só esse caso do irmão dele já descredencia o seu nome para a chefia do governo. Vamos blindar o Paraná contra o Requião", frisa.
Segundo Santos, a banda musical que acompanhou o ato na Boca Maldita irá percorrer Curitiba durante a campanha eleitoral, distribuindo os mesmos panfletos sobre Requião e escândalos políticos que envolvem a família do senador.
O deputado federal Osmar Serraglio, presidente do diretório estadual do PMDB, diz que não sabia sobre o ato da Boca Maldita, mas diz que o partido ainda não superou a divisão que dominou o PMDB antes da convenção estadual. "Isso é resultado do embate que ocorreu na convenção. Os ânimos ainda não esfriaram", afirma Serraglio.
Na época, o partido se dividiu entre os que desejavam uma aliança com os tucanos, os que apoiavam a candidatura de Requião e aqueles que queriam Pessuti como candidato ao governo.
Outro lado
Procurado pela reportagem, o senador disse, por meio de sua assessoria de comunicação, que irá entrar na Justiça contra a dissidência por calúnia e difamação. A assessoria de Requião informou ainda que protocolou um pedido de liminar na sexta-feira (25) para busca e apreensão dos panfletos. Segundo Requião, o pedido foi aceito.
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE), porém, o pedido foi indeferido. Houve ainda um pedido de reconsideração da decisão por parte do senador, mas o TRE não soube precisar qual foi a nova decisão. Somente nesta terça-feira (29) é que a assessoria do tribunal conseguirá informar se o pedido de reconsideração foi aceito.
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