Moradores de Corbélia, no Oeste do estado, acusam o prefeito Eliezer Fontana (PP) de retaliação após a derrota do seu aliado político, o atual vice-prefeito Jair Fontana (PMDB). Na tarde desta terça-feira (9) eles fizeram um protesto contra cortes de programas que, segundo eles, foi tomado em virtude da vitória do candidato oposicionista, Ivanor Bernardi (PSD), que fez 52,9% dos votos.
Os moradores dizem que foram surpreendidos com o fim do atendimento na PAM (Pronto Atendimento Médico), unidade de saúde que funcionava 24 horas por dia. Na segunda (8) e nesta terça-feira a unidade só atendeu durante o dia. Outra reclamação é que o programa de transporte escolar que atendia estudantes que moram no perímetro urbano foi interrompido. Apenas alunos da zona rural estão sendo atendidos.
Ainda de acordo com os moradores, o prefeito suspendeu o ensino integral na principal escola do município e alunos passaram a estudar somente em um período. "O prefeito tirou as crianças da escola e as jogou na rua. Isso é vingança, não soube perder", afirma a diarista Jacira Marques, 44.
Evangelina Rodrigues de Vitte, 65, diz estar torcendo para que os próximos três meses passem rápido para evitar outras retaliações. "Se ele continuasse fazendo o trabalho como estava era muito mais bonito", declara.
Para a doméstica Edilaine Souza, 30, a situação ficou complicada sem o transporte para levar o filho de três anos até a creche. Ela disse morar afastada do centro da cidade e para chegar até a escola do filho demora cerca de uma hora. "Agora se eu for levá-lo e buscá-lo não consigo trabalhar", afirma.
O prefeito viajou nesta terça-feira (9) para Curitiba e só retorna na quinta-feira (11). Rosinês Gotardo, chefe de Gabinete da prefeitura nega que houve retaliação. Segundo ela, a queda do repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) teve impacto pesado nas contas da prefeitura e as medidas foram tomadas com antecedência, independente do resultado das eleições.
Outras medidas para redução de gastos serão tomadas, como o funcionamento das repartições públicas em expediente único, das 7h as 13h, mas isso não afetará atendimentos como saúde e educação. Vários funcionários que ocupam cargos comissionados foram demitidos, mas Rosinês não soube dizer quantos.
Ainda de acordo com a chefe de Gabinete, o transporte de alunos no perímetro urbano e a educação em tempo integral serão retomadas. Já a unidade 24 horas não atenderá mais no período noturno. A prefeitura demitiu alguns médicos e enfermeiros que prestavam serviços ao município.
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