O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, apontado pelo candidato do PSDB Aécio Neves como sua escolha para o Ministério da Fazenda, disse nesta quinta-feira (4), que, caso Aécio seja eleito, pretende baixar a meta de inflação, hoje em 4,5%.

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Ele defende, no entanto, que, antes de o governo reduzi-la, a meta atual deve ser atingida "sem truques". "O que queremos fazer é atingir a meta e baixá-la um pouco, porque 4,5% parece um pouco alto demais para qualquer padrão: padrões globais, acadêmicos, históricos", disse Fraga a jornalistas, durante coletiva no Council of The Americas, em Nova York.

O ex-presidente do Banco Central disse que, com a inflação acima da meta "há algum tempo" - hoje ela está no teto de 6,5% - é preciso questionar "por que o sistema não está funcionando". "A meta está no centro de uma margem [de dois pontos acima ou abaixo], que não deve ser usada a não ser que haja problemas, como um choque de oferta ou outros fatores que levem a inflação para acima da meta", disse.

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Diante da decisão do Banco Central de manter em 11% ao ano a taxa básica de juros (Selic), Fraga defendeu taxas de juros "mais normais". "Faria muito bem ao Brasil se tivéssemos taxas como as de nossos pares no mundo -e nem estou falando taxas zero como aqui [nos EUA], agora, que está no outro extremo", disse.

Fraga, contudo, disse acreditar que a decisão sobre taxas de juros deve ser exclusiva do BC, sem a interferência do governo. A campanha de Aécio, terceiro colocado nas pesquisas, tem defendido uma "autonomia operacional" do banco. "O governo deve estabelecer a meta de inflação e o Banco Central pode definir suas políticas monetárias para chegar lá", disse, destacando que no governo Dilma "não há uma independência formal do BC".

Ante pesquisas de intenção de voto cada vez menos animadoras para Aécio, Fraga disse que "não planeja" estar num governo sem o tucano.