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O Candibook pode ser acessado em www.gazetadopovo.com.br/candibook

Dentre os cerca de 700 candidatos do Paraná que concorrem nas eleições deste ano e que participaram do Candibook – o Portal dos Candidatos da Gazeta do Povo –, a saúde e a educação foram consideradas as prioridades caso eles sejam eleitos. Levantamento do jornal, a partir do perfil que os concorrentes preencheram no Candibook, mostra que essas foram as duas bandeiras mais citadas.

INFOGRÁFICO: Veja na "nuvem de palavras" as principais áreas que os candidatos pretendem atuar

As necessidades mais pre­­mentes do eleitorado es­­tão no discurso dos candidatos também porque mui­­tas questões relativas ao orçamento e aos projetos de lei têm a ver com os dois assuntos. "Não é possível se descolar dessa temática. O eleitorado quer melhorias nas duas áreas. Então o candidato precisa apresentar isso no discurso", diz Fabricio Tomio, cientista político da UFPR.

Os temas mais citados são "figurinhas carimbadas" em todas as eleições e o candidato acaba incorporando-os automaticamente ao discurso eleitoral. "Saúde e educação são pautas de todas as campanhas, sem exceção", comenta Mario Sergio Lepre, cientista político da Uni­­versidade Estadual de Londrina (UEL). Mas, além da necessidade mais óbvia de agradar ao eleitor, uma grande parcela dos candidatos também de fato acredita que esses devem ser os assuntos para os quais o Estado deve trabalhar com mais afinco.

Outro assunto citado com ênfase pelos candidatos foi a segurança pública, área que é considerada tão básica quanto saúde e educação. "Diante da situação da segurança pública no país, o candidato que usa esse argumento tem maiores chances de chamar atenção do eleitor", comenta Lepre.

Outros temas que foram lembrados pela maior parte dos candidatos foram a família, direito das mulheres e meio ambiente. De acordo com os especialistas, os itens que englobam a defesa da família refletem um momento específico da sociedade brasileira. "Há candidatos que defendem o conceito de família que está na Constituição [união de um homem com uma mulher]. A sociedade começa a perceber uma dicotomia com relação a esses assuntos. O eleitorado começa a exigir que a legislação discuta os temas mais amplamente", diz Lepre. De acordo com ele, isso faz com que o candidato se posicione.

A frequência expressiva de temas como direito das mulheres e meio ambiente também diz respeito a agendas mais contemporâneas. "Os políticos não podem se furtar desses assuntos, pelo menos durante a campanha", afirma Lepre.

Efetividade

Pode haver um longo caminho entre defender uma bandeira e atuar de fato no setor que o político promete na campanha. "O candidato que tenta uma vaga no Legislativo pode fazer um discurso para um grupo específico e com isso atrair votos. Mas nem sempre vai conseguir atuar", comenta Lepre. Depois de eleito, o político vai depender da conjuntura e da força que terá junto com outros colegas. "Essa leitura é muito complexa, porque o eleitor, em geral, personaliza o voto. Mas, depois de eleito, o político terá que atuar junto com uma bancada ou com seu partido", aponta o professor. Esse grupo mais amplo nem sempre tem a mesma ideologia do candidato.

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