Candidatos gastam em média R$ 425 por "militante"
Virou praxe nas campanhas eleitorais por todo o Brasil: as atividade de militância e mobilização de rua passaram a ser pagas para garantir a presença de muitas pessoas nos eventos dos candidatos.
No Paraná, os três principais candidatos ao governo Beto Richa (PSDB), Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT) adotam a prática. Mas apenas os dois primeiros declararam os valores gastos detalhadamente.
Richa gastou R$ 248 mil com militância. Foram relacionadas 576 pagamentos, o que representa um gasto médio de R$ 430, 63 por pessoa. A campanha de Requião contou com um número bem menor de apoiadores pagos: apenas 20. Mas cada um recebeu R$ 420, bem próximo aos valores praticados na campanha do tucano.
Outra rubrica
O coordenador jurídico da campanha de Gleisi, Luiz Fernando Pereira, informou que o pagamento da militância é comum e que os detalhes foram declarados em outra rubrica, mas ele não soube precisar mais detalhes.
Dilma é líder em doações entre os presidenciáveis
A menos de um mês das eleições, a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) lidera com vasta vantagem o volume de arrecadação. De acordo com a segunda parcial de prestação de contas dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a soma de doações feitas à candidata, ao comitê financeiro da campanha e ao diretório nacional do PT chega a R$ 123,6 milhões. Em segundo lugar no ranking de volume de arrecadação aparece o candidato do PSDB, Aécio Neves, com R$ 46,5 milhões.
A campanha presidencial do PSB conta hoje com R$ 23 milhões em doações. Esse montante leva em consideração valores depositados na conta bancária criada por Eduardo Campos antes de sua morte, ocorrida no último dia 13 de agosto. A atual candidata, Marina Silva, ainda não prestou contas de doações recebidas em seu nome, mas o que o PSB e o comitê receberam depois do acidente já está contabilizado.
Estação Conteúdo
Os valores gastos pelos candidatos ao governo do Paraná na campanha deste ano são 31,8% menores do que os da campanha de 2010. De acordo com a segunda prestação de contas, divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no sábado, os oito postulantes ao Palácio Iguaçu arrecadaram cerca de R$ 9,2 milhões e gastaram em torno de R$ 11,6 milhões entre julho e setembro. Quatro anos atrás, no mesmo período, as receitas somavam cerca de R$ 21,3 milhões e as despesas, R$ 17 milhões.
INFOGRÁFICO: Candidato à reeleição, Richa concentrou os gastos na produção de propaganda impressa
Os principais candidatos ao cargo Beto Richa (PSDB), Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT) respondem por quase todas as receitas e despesas. O tucano declarou arrecadação de R$ 4,29 milhões e gastos de R$ 3,56 milhões. Requião apresentou receita de R$ 1,5 milhão e despesas de R$ 1,74 milhão. A petista arrecadou R$ 3,45 milhões, mas já contabilizou despesas no valor de R$ 6,3 milhões.
"Conforme a resolução do TSE, a despesa tem de ser contabilizada no momento da assinatura do contrato. Por isso há esse descasamento de receita e despesa. Mas é o modo que tem de ser feito, tanto que requeremos ao TRE [Tribunal Regional Eleitoral] que as outras candidaturas respeitassem isso", explicou o coordenador jurídico da campanha do PT, Luiz Fernando Pereira.
Há outras diferenças nos balanços financeiros dos três candidatos, mas é possível comparar os principais gastos de cada um. O candidato à reeleição investiu a maior parte do dinheiro em publicidade de materiais impressos (R$ 1 milhão); Gleisi destinou R$ 731 mil para o mesmo fim e Requião, R$ 296 mil.
A maior despesa declarada por Gleisi foi com a produção de programas de rádio, televisão ou vídeo: R$ 1,5 milhão. Outro gasto elevado da petista foi com pesquisas e testes eleitorais (R$ 600 mil).
Locomoção
Reportagem publicada ontem pela Gazeta do Povo mostrou que os três candidatos percorreram cerca de 13,5 mil quilômetros em campanha eleitoral durante o mês passado. A maior parte foi feita por Requião: 6,6 mil quilômetros. Ele declarou gastos de R$ 284 mil com transporte ou deslocamento. Coincidentemente, foi o mesmo divulgado pela campanha de Richa. O governador, porém, tem concentrado a campanha pelo interior nos fins de semana, e por isso contabilizou apenas 538 quilômetros rodados. Mas os gastos com combustíveis foram bem mais altos na campanha de Richa: R$ 163 mil, contra R$ 42,6 mil de Requião e R$ 39,8 mil de Gleisi.
Richa e Requião também têm gastos semelhantes com empresas de táxi aéreo: o tucano pagou R$ 276 mil para a Táxi Aéreo e Manutenção Aeronáutica e Requião, R$ 244 mil para a VIP Jet. Gleisi declarou gastos de R$ 101 mil com transporte, dos quais apenas R$ 48,2 mil para a Táxi Aéreo Hércules.
A próxima prestação de contas terá de ser feita após a eleição de 5 de outubro, já com todos os gastos do primeiro turno contabilizados.
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