Candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos usou sua visita ao Maranhão nesta quinta-feira (10) para colar a imagem de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), seus principais adversários na disputa pelo Palácio do Planalto, à do senador José Sarney (PMDB-MA), figura constantemente utilizada pelo ex-governador de Pernambuco para definir o que chama de "velha política".
"Eu disse com todas as letras que quando eu e Marina [Silva] estivermos governando o Brasil, o PMDB de José Sarney estará na oposição. Quem quiser prestar homenagem a Sarney vota na Dilma, quem quiser continuar com Sarney no governo, pode votar também no Aécio", afirmou Campos.
"Todo mundo sabe que o PMDB está com o pé em duas canoas. A única canoa em que ele não coloca o pé é na nossa, porque a nossa canoa é a de renovação política", completou o presidenciável em entrevista a jornalista locais.
Após um pacto de "não agressão" que durou até o início do ano, Campos marcou seu distanciamento de Aécio afirmando que, "desde 1984, quando das Diretas-Já", ele e o tucano "não compartilham do mesmo projeto nacional". "Aécio ficou na base de apoio do governo FHC e do governo Sarney, com quem ele trabalhou, e nós estávamos na oposição", ressaltou. "Não subimos no mesmo palanque nacional, temos uma visão política distinta".
A avaliação de Campos é de que sua campanha não pode se tornar um braço auxiliar de Aécio Neves. O pernambucano quer investir em eleitores tradicionalmente petistas e, para isso, avalia, deve se distanciar do tucano e das ideias políticas do PSDB.
Eleitor petista
A ex-senadora Marina Silva, vice na chapa de Campos, também participou da visita ao Maranhão. A cúpula do PSB aposta nos votos do Norte e Nordeste - onde a presidente Dilma Rousseff teve melhor desempenho nas eleições de 2010 - para deslanchar Campos nas pesquisas de intenção de votos. Dirigentes da campanha vão explorar a ideia de que Marina e Campos vêm dessa região e, por isso, irão olhar mais pela população local.
Campos imprimiu a estratégia em seu discurso e disse que "se não fosse o Norte e o Nordeste, Dilma não seria presidente da República", mas ponderou a "falta de atenção" da petista à região. "Foi o Norte e o Nordeste que elegeram a presidente Dilma. Passados quatro anos, a população percebe que a região não teve a atenção que esperava ter. Há um acúmulo de decepções e frustrações", declarou.
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