Marina tem deixado que seu candidato a vice fale sobre o tema| Foto: Paulo Whitaker/Reuters

A direção do PSB promete explicar no início desta semana as condições do contrato do jato usado pelo ex-governador Eduardo Campos e que caiu no último dia 13, matando o então candidato do partido à Presidência e seis assessores da campanha.

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A Polícia Federal investiga o uso da aeronave e trabalha com a possibilidade de ela ter sido comprada com recursos de caixa dois de empresas ou da própria sigla partidária.

Ontem, em evento de campanha em São Paulo, o novo candidato a vice, o deputado Beto Albuquerque (RS), voltou a prometer esclarecimentos sobre suspeitas de irregularidades na contratação do jatinho. "O partido prestará explicações ao Brasil", afirmou.

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Albuquerque tomou a palavra quando Marina Silva, que assumiu a candidatura à Presidência pelo PSB, foi questionada sobre o tema. "Sobre esse assunto, eu prefiro responder", disse o vice da chapa, que, em seguida, cobrou a Polícia Federal. "Nós continuamos querendo explicações sobre as razões do acidente. Se a Polícia Federal está falando, deve apurar. Tem que investigar e, quando decidir falar, tem que estar com a coisa concluída."

Marina, que tem usado voos de carreira em seus primeiros dias de campanha, limitou-se a acenar com a cabeça, em sinal de aprovação às declarações de seu vice. Ela tem evitado responder às perguntas sobre o avião. No sábado, no Recife, também foi Beto Albuquerque quem falou quando o tema surgiu numa entrevista.

A Polícia Federal apura as condições da compra do jato e de seu uso na campanha do PSB. Avaliada em R$ 18,5 milhões, a aeronave pertence ao grupo A. F. Andrade, que está em recuperação judicial. Em 15 de maio, o empresário João Carlos Lyra de Melo Filho, amigo de Campos, assinou um compromisso de compra do jato e indicou duas empresas para assumir dívidas com o fabricante do avião, a americana Cessna.

Uma delas, a BR Par, é uma empresa de fachada. Ela não funciona no endereço indicado como sua sede nos registros oficiais. A outra empresa, a Bandeirantes Pneus, foi recusada pela Cessna, por falta de capacidade econômica.

As suspeitas de crime eleitoral surgiram porque a campanha do PSB não apresentou à Justiça Eleitoral até agora nenhum documento indicando como foram pagas as despesas com a aeronave, e se ela foi doada à campanha. De acordo com a lei, todas as despesas com a operação do jato precisam ser informadas pelo partido à Justiça.

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