R$ 18,80 é quanto o gaúcho pagou em impostos federais para ter, em troca, R$ 1 de investimento da União no Rio Grande do Sul. O paranaense, para receber o mesmo R$ 1 em obras, pagou R$ 42,60 em tributos.
R$ 17,70 é o quanto os catarinenses pagam em tributos para a União em troca de R$ 1 investido em obras para Santa Catarina. No Paraná, a relação é de R$ 42,60 em impostos para R$ 1 em obras.
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A análise dos investimentos da União no Paraná entre 2002 e 2013 mostra que o estado sai perdendo na comparação com seus vizinhos da Região Sul. Os empenhos destinados aos três estados ao longo dos 12 anos mostram que o paranaense precisou repassar R$ 42,60 em impostos para obter R$ 1 em investimento da União. Rio Grande do Sul e Santa Catarina obtiveram resultados melhores: R$18,80 e R$ 17,70 de impostos por real de investimento, respectivamente.
A lógica de investimento no Paraná foi a mesma em diferentes governos. Em 2002, no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o maior empenho para o estado veio do Departamento Nacional de Infraestrutura e Rodagem (Dnit): R$ 26 milhões (valor sem correção da inflação). Rubrica com perfil semelhante destinava R$ 30 milhões para o Rio Grande do Sul. A soma dos valores destinados para as duas capitais também mostra vantagem para os gaúchos; R$ 12 milhões para Curitiba, ante R$ 15,8 milhões para Porto Alegre.
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Mesmo em 2009, ano em que o Paraná recebeu mais investimentos em relação à sua arrecadação, a situação não foi diferente. O maior investimento federal no Paraná veio do Dnit, R$ 65 milhões para a manutenção de trechos rodoviários na BR-476. O maior repasse para os gaúchos foi quatro vezes maior: R$ 264 milhões para adequação de trecho rodoviário da BR-101. Mesmo Santa Catarina contou com um repasse maior do Dnit: R$ 67 milhões para melhorias na BR-101, em Palhoça.
Em 2013, último ano da análise feita pela Gazeta do Povo, a desvantagem em relação aos vizinhos permanecia. O Ministério das Cidades, responsável por investimentos e projetos em parceria com prefeituras, destinou R$ 6 por paranaense, R$ 7,50 por catarinense e R$ 8,50 por gaúcho em média.
Com o Dnit, principal órgão executor de obras da União, a relação é ainda pior. O departamento investiu uma média de R$ 35 per capita no Paraná, R$ 116 no Rio Grande do Sul e R$ 117 per capita em Santa Catarina. A manutenção de trechos rodoviários e a construção de um contorno rodoviário na BR-376, em Maringá, foram os maiores investimentos do órgão no Paraná em 2013. Eles custaram, respectivamente, R$ 169 milhões e R$ 90 milhões.
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