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Em eventos com centrais sindicais em São Paulo, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, e o candidato do PSDB, Aécio Neves, trocaram acusações nesta quinta-feira, 7. Aécio discursou numa porta de fábrica e provocou a petista, recomendando que ela "vá às ruas" fazer campanha. Dilma, que participou à noite de um ato com as seis maiores centrais do País na capital paulista, voltou a relacionar o adversário ao retrocesso. O encontro aconteceu horas depois de o tucano se reunir com sindicalistas da Força Sindical na zona norte da cidade.

Aécio fez pela manhã um minicomício na porta da Voith, fábrica de máquinas e equipamentos para indústria, no bairro do Jaraguá. O evento foi organizado para ser um contraponto à agenda eleitoral da presidente.

"Eu estimulo, e muito, que ela (Dilma) vá às ruas, e não apenas nos eventos programados. Que ela vá olhar no olho das pessoas para perceber que o sentimento da população brasileira é de desânimo e descrença", disse o candidato do PSDB. "Está na hora de deixar (o governo) na mão de quem sabe, porque o Brasil não merece mais quatro anos desse governo, e nós sabemos fazer."

"Retrocesso"

Em discurso para uma plateia de cerca de três mil pessoas no ginásio da Portuguesa, a presidente, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a relacionar os adversários ao "retrocesso". Ela aproveitou a plateia composta majoritariamente por sindicalistas para explorar o discurso do "nós contra eles" dizendo que "mais uma vez no Brasil projetos diferentes se confrontam". "Eu represento um projeto, que nós todos ajudamos a eleger, é um projeto especial que deu ao Brasil presente e futuro."

A petista rebateu a acusação de Aécio, lembrando que embora o mineiro tenha questionado sua capacidade administrativa, "quando tiveram chance", os tucanos "não souberam fazer". "Eles (o PSDB) elevaram a inflação à estratosfera antes de entregar para nós o governo. Eles levaram o Brasil ao desemprego e ao arrocho salarial."

Segundo Dilma, o governo do PT abandonou o legado de controlar a inflação por meio dos salários. "Nós conseguimos fazer o País tomar outro rumo", disse.

No evento, Dilma recebeu um manifesto assinado por líderes das seis centrais representadas (CUT, Força Sindical, UGT, CSB, Nova Central e CTB). O documento de três páginas lista uma série de programas dos governo petistas para justificar o apoio à reeleição da presidente e faz uma série de reivindicações. Entre elas, o fim do fator previdenciário, jornada de trabalho de 40 horas semanais, correção da tabela do Imposto de Renda e redução das taxas de juros.

"Os trabalhadores sabem que não é hora de apostar em incertezas" diz o texto, que ainda faz ataques aos governos tucanos. "Podemos dizer que o Brasil de Lula e Dilma é qualitativamente melhor e mais justo do que aquele da inflação, do desemprego, das crises econômicas, das políticas do FMI, da 'privataria' e da subserviência às políticas neoliberais."

Enquanto parte da direção da Força participou de ato de apoio a Dilma, o deputado Paulinho da Força (SDD), presidente licenciado da central, acompanhou Aécio na agenda com metalúrgicos em São Paulo.

Bandeiras

Em cima de um carro de som Paulinho defendeu o fim do fator previdenciário, um mecanismo instituído em 1999, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), para desestimular aposentadorias precoces. Aécio preferiu não se posicionar. Quando questionado sobre sua posição, o tucano desconversou. "O governo do PT teve oportunidade, mas não fez até agora. Eu vou trabalhar para valorizar o trabalhador brasileiro."

Ao contrário do evento em apoio a Dilma, os sindicalistas ligados a Paulinho evitaram cobrar de Aécio. Ao ser questionado sobre a jornada de 40 horas semanais, o deputado respondeu com ironia. "Falar de redução de jornada de trabalho em uma hora dessa?", questionou. "Não é fácil reduzir jornada quando há crise." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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