CGU
O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, pediu ontem ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, acesso aos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
PGR
As revelações de Paulo Roberto Costa sobre parlamentares serão encaminhadas diretamente para a Procuradoria-Geral da República (PGR), sem passar pelas mãos do juiz federal que cuida do caso. Caberá à PGR analisar as denúncias e enviá-las ao STF, pois deputados e senadores têm foro privilegiado.
Nas primeiras propagandas eleitorais gravadas após o vazamento de informações da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) usaram seus programas no rádio de ontem para atacar a presidente Dilma Rousseff (PT) pelas novas denúncias que envolvem a estatal. Enquanto Aécio comparou o caso com o mensalão, Marina afirmou que não usará recursos do pré-sal "para corrupção". Dilma rebateu no programa eleitoral da tevê exibido à noite. Disse que os governos petistas foram os que mais combateram os corruptos, pois fortaleceram a Polícia Federal (PF) e outras instituições de controle. Além disso, a presidente argumentou que, se há mais casos de corrupção sendo denunciados, é porque há mais transparência, algo que não ocorria em governos anteriores.
Candidato a governador do Rio Grande do Norte pelo PMDB, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, também usou seu programa eleitoral na TV para rebater acusações de envolvimento no suposto esquema de corrupção na Petrobras.
Apesar do recesso branco no Congresso devido à campanha eleitoral, vários parlamentares também voltaram ontem a Brasília para rebater as novas denúncias de corrupção na Petrobras ou para cobrar a revelação oficial dos nomes dos políticos que teriam sido citados na delação premiada do ex-diretor da estatal.
Líder do PSB, o senador Rodrigo Rollemberg (DF) subiu à tribuna do Senado para defender o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no dia 13 de agosto. Campos seria um dos envolvidos no esquema de corrupção. Com sua morte, Marina Silva assumiu a candidatura pelo PSB. O partido de Campos pediu à Justiça para ter acesso ao inteiro teor do depoimento de Paulo Roberto Costa. O líder disse que há "claro uso político" do depoimento, por isso a necessidade da íntegra de sua delação premiada ser encaminhada à sigla.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), que também teria sido citado por Costa, prometeu renunciar ao mandato se ficar comprovado qualquer vínculo seu com o ex-diretor ou com as irregularidades na Petrobras.
Em outra frente, um grupo de parlamentares cobrou a divulgação da lista de denunciados por Costa. O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), defendeu que a CPI Mista da Petrobras receba a íntegra da delação do ex-diretor da Petrobras. O coordenador jurídico da campanha presidencial do PSDB, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), também defendeu a divulgação pela Justiça dos nomes dos parlamentares citados.
Tentativa de fuga será investigada
Katna Baran
Quatro réus presos da Operação Lava Jato estão sendo investigados por uma tentativa de fuga que teria ocorrido depois de eles prestarem depoimentos na sede da Justiça Federal, em Curitiba, na última quarta-feira. Todos os detentos investigados estão presos na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, na região metropolitana da capital.
Conforme a assessoria da Secretaria de Justiça do Paraná (Seju), o agente penitenciário Leonardo Cazais, que acompanhava os réus da unidade até a sede da Justiça Federal, relatou que os presos Carlos Habib Chater, Rene Luiz Pereira, André Catão de Miranda e André Luiz Paula dos Santos o teriam empurrado junto com a porta do camburão na saída do depoimento.
Ainda conforme a assessoria da Seju, os presos negam a acusação. Eles alegam que, enquanto aguardavam outro depoente entrar no veículo, pediram que o agente deixasse a porta aberta para amenizar o calor. Mas, conforme relato de Cazais, os presos teriam ameaçado processar outros dois policiais militares que os acompanhavam usando como argumento suas "condições financeiras".
A Seju confirma também que abriu um procedimento de investigação do caso no Departamento de Execuções Penais da Secretaria os policiais militares que acompanhavam os detentos não teriam comparecido ao depoimento, ontem.
Procurado, o advogado de Chater, Christian Laufer, confirma que o caso está sendo investigado e diz que o procedimento administrativo vai provar que seu cliente não tentou fugir. Os defensores dos demais presos não foram localizados pela reportagem para comentar o caso.
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