Grupo se mobiliza para limpar ruas antes da votação
Enquanto centenas de pessoas desrespeitam a lei jogando santinhos ao longo da madrugada, um grupo se organizou pela segunda eleição seguida para tentar limpar ruas e calçadas antes do início da votação. O movimento, chamado Mutirão Popular da Limpeza, recolheu uma parte do material de campanha que foi jogado nas seções eleitorais do centro da cidade.
Além de fazer a limpeza da cidade, o grupo também reuniu informações de flagrantes para denunciar os candidatos responsáveis pela sujeira para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Segundo um dos participantes, o advogado Lucas Zago, o objetivo do trabalho é diminuir a influência deste tipo de prática no voto do eleitor. "É importante que a pessoa não decida o seu voto desta maneira, vendo um santinho no chão momentos antes da votação. Esta prática tem que ser combatida", afirma.
Outro ativista, o estudante Ivan Sessarego, explica que o ato é um exemplo de cidadania. "É dever de todos manter a cidade limpa. Recolher este material de campanha é um gesto de reprovação a quem infringe a lei", completa.
Na tentativa de convencer o eleitor indeciso na última hora, cabos eleitorais sujaram os principais locais de votação da cidade, infringindo a Lei Eleitoral.
Confira mais fotos dos santinhos que sujam a cidade neste domingo de eleição
Ordem de votaçãoGuia do Eleitor: confira a ordem de votação na urna eletrônica
Local e documentosGuia do Eleitor: encontre seu local de votação e veja os documentos aceitos na hora de votar
No Portal dos Candidatos Candibook você pode acessar o perfil de todos os candidatos
A prática ilegal dá um ar de faroeste durante a madrugada. Vários carros e motos, plotados com o número de praticamente todas as coligações, cercam os principais pontos de votação e atiram os santinhos nas calçadas. O resultado da prática é um tapete de papel e sujeira na entrada das seções eleitorais, que cobre ruas e calçadas.
Os locais preferidos para a ação dos cabos eleitorais são os pontos de votação com maior concentração de eleitores. No Colégio Estadual Senhorinha de Moraes Sarmento, no Cajuru, que recebe mais de oito mil eleitores, a sujeira não se limitava às ruas do entorno do maior ponto de votação de Curitiba. A pelo menos três quadras de distância do local era possível encontrar santinhos jogados no asfalto.
A equipe de reportagem da Gazeta do Povo flagrou pessoas despejando material de campanha indevidamente nos arredores do Colégio Estadual do Paraná, no Centro. Segundo os garis que faziam a limpeza da área, diversos veículos apareceram ao longo da noite repetindo a prática ilegal. "Estamos desde as 23 horas de sábado varrendo e toda hora aparece um carro para jogar mais lixo na calçada", conta o gari Antônio Sampaio. "Já é a terceira vez que rodamos a quadra para limpar a sujeira e não damos conta do serviço", completa.
No Colégio Estadual Leôncio Corrêa, no Bacacheri, sétimo maior ponto de votação da cidade, um carro também foi flagrado pela reportagem jogando material de campanha. Além de arremessar os santinhos, os cabos eleitorais jogavam as caixas de papelão que continham o material. Nelas, era possível ver informações como número da nota fiscal, tamanho do lote e número de impressões.
O mesmo aconteceu em frente ao Colégio Estadual Lamenha Lins, no Rebouças, e no Colégio Estadual Júlia Wanderley, no Batel. Alguns cavaletes com fotos e números de candidatos também puderam ser encontrados pela cidade. Blocos inteiros de santinhos e adesivos eram encontrados no asfalto e nas calçadas. "Com a umidade, fica ainda mais difícil de limpar", explica o gari Jefferson Batista, se referindo à garoa que caiu ao longo de toda a madrugada.Segundo a lei eleitoral, a distribuição de material de campanha e o pedido verbal por votos só poderia acontecer até as 22h de ontem. No dia da eleição, divulgar qualquer propaganda de partidos ou candidatos é crime e a pena é de detenção de seis meses a um ano e pagamento de multa no valor entre R$ 5,3 mil e R$ 15,9 mil.
Confira imagens dos santinhos espalhados por Curitiba
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião