Curitiba é a cidade do Paraná com maior representação nas candidaturas às eleições deste ano. Dos 379 candidatos a deputado federal, 180 estão domiciliados em Curitiba, o que representa 47% do total. Dentre os 665 candidatos a deputado estadual, 402 vivem na capital paranaense, totalizando 60%. E todos os candidatos ao governo do Estado moram em Curitiba.
As informações são baseadas em uma lista divulgada nesta segunda-feira (14) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TER-PR) com os nomes dos candidatos a governador, deputado federal e deputado estadual do estado, segundo os municípios onde estão inscritos como eleitores.
Fenômeno natural
Os especialistas são unânimes em afirmar que o predomínio de representatividade das capitais é uma consequência natural do sistema eleitoral proporcional. "Os candidatos são atraídos para as capitais por três motivos principais: maior concentração do eleitorado, maior disponibilidade de recursos financeiros e presença maciça de todas as principais instituições ou organizações democráticas", explica o cientista político Ricardo de Oliveira, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Para ele, no interior paranaense especificamente, há um desestímulo, pois tanto a arrecadação de dinheiro para campanhas quanto o estabelecimento de contatos são prejudicados.
Porém, esse fenômeno pode mascarar o fato de que muitos desses candidatos têm um extenso histórico político em outras regiões ou cidades do estado, como lembra o sociólogo e consultor legislativo do Senado Federal Caetano Ernesto de Araújo. Como exemplo ele cita o senador Alvaro Dias (PSDB), que começou sua carreira política na Câmara Municipal de Londrina em 1968.
Influência nas políticas públicas
A eleição de um candidato por uma determinada região não tem necessariamente influência direta nas políticas públicas daquele local. Como afirma Ricardo Oliveira, pesquisas mostram que a atuação dos políticos é bem diferenciada e nem sempre atuam como despachante de interesses locais.
Grandes regiões políticas do passado
Oliveira lembra que, no século passado, o litoral paranaense era a grande região política do estado. Hoje ela não tem mais força para, sozinha, eleger algum candidato. "Londrina também já foi uma grande região política, mas hoje até os próprios londrinenses estão preocupados com o número de deputados identificados com eles", diz o cientista político.
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