A segunda pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (10), mostra a possibilidade de o governador Beto Richa (PSDB) ser reeleito ainda no primeiro turno. O levantamento aponta que o tucano tem 44% das intenções de voto, resultado maior que a soma dos votos válidos dos outros candidatos. Roberto Requião (PMDB) aparece com 28%, e Gleisi Hoffmann (PT) com 10%.
Entre os nanicos, apenas Ogier Buchi (PRP) pontuou, com 1%. A margem de erro é de três pontos porcentuais, para mais ou para menos. Indecisos somam 10%. Votos brancos e nulos correspondem a 5%.
O primeiro resultado do Datafolha, de 15 de agosto, apontava empate técnico entre os candidatos do PSDB e do PMDB, no limite da margem de erro. O tucano aparecia com 39% das intenções de voto, ante 33% de Requião. Na comparação entre as duas pesquisas, Richa subiu cinco pontos e Requião caiu outros cinco.
Para o cientista político da UFPR, Fabrício Tomio, não é possível afirmar que houve fuga do eleitorado de Requião para o tucano. "Parece que o eleitor trocou um pelo outro, mas para chegar a essa conclusão precisaríamos de pesquisas mais profundas", diz.
Esta é a primeira pesquisa Datafolha depois do início do horário eleitoral na televisão e no rádio. Richa é o candidato com maior tempo na programação. "Como aconteceu com outros candidatos da situação e até a presidente Dilma Rousseff (PT), o horário eleitoral tende a reforçar a campanha de quem já está eleito, apesar de não ser uma regra absoluta. O candidato tem um discurso do que fez no mandato, enquanto os outros falam do que deixou de ser feito e o que fariam no lugar. Mas, para parte do eleitorado, é sempre uma dúvida se os demais candidatos fariam tanto ou mais do que quem está no posto", comenta Tomio.
Assim como no resultado da pesquisa anterior, o candidato do PSDB continua tendo desempenho melhor entre moradores do interior e eleitores de Aécio Neves. O tucano teve os maiores crescimentos em algumas categorias de eleitores: entre os mais pobres (de 40% para 49%), os mais instruídos (34% a 48%), no eleitorado masculino (de 37% a 44%), moradores de cidades com até 50 mil habitantes (34% a 41%) e entre os evangélicos pentecostais (37% a 47%).
Requião teve redução no número de intenções de voto, principalmente, entre eleitores mais instruídos (de 39% para 27%), entre os evangélicos pentecostais (37% para 27%) e entre os mais velhos (31% para 23%)
Segundo turno
Em um possível segundo turno, Richa venceria Requião por 53% a 33%. Neste cenário, brancos e nulos representariam 8% e indecisos, 6%. O Datafolha não fez simulação de segundo turno entre Richa e Gleisi e nem entre Requião e Gleisi. Na avaliação do cientista político, se houver segundo turno, pode ocorrer uma mudança no processo eleitoral. Segundo Tomio, o resultado da eleição no Paraná dependerá de como será o eventual segundo turno entre os presidenciáveis. "Ainda faltam algumas semanas para a eleição e não se sabe como vai ser. O governador, agora, deve lutar para evitar o risco de uma nova eleição", avalia.
Rejeição
Richa foi o único candidato que apresentou queda na taxa de rejeição, de 23% para 16%. Requião ainda é o mais rejeitado, e manteve-se na taxa dos 27%. Gleisi tinha 17% de rejeição e passou para 19%. Tulio Bandeira (PTC) e Ogier Buchi (PRP) têm 9% de rejeição. Rodrigo Tomazini (PSTU), Geonísio Marinho (PRTU) e Bernardo Pilotto (PSOL) aparecem com 7%.
Aprovação
A gestão de Beto Richa é aprovada por 48% dos eleitores paranaenses. Para 36% a administração é regular e para 12% é ruim ou péssima. 4% não souberam responder. A nota média ficou em 6,4. Em agosto, as taxas eram, respectivamente, de 48%, 34%, 15% e 2%, com nota de 6,2.
Repercussão
Pelo twitter, Requião minimizou o resultado da pesquisa. "Beto 44%, então tá. Esperemos as urnas", escreveu. Richa comemorou: "Os números mostram que os paranaenses acreditam em nossas propostas para o Paraná continuar avançando", disse em nota. Gleisi afirma que não comenta pesquisas.
Metodologia
A pesquisa foi encomendada ao Datafolha pela RPC TV e pelo jornal Folha de S.Paulo. O levantamento foi feito entre os dias 8 e 9 de setembro de 2014. Foram realizadas 1.201 entrevistas em 46 municípios, com margem de erro máxima de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número PR-00031/2014 e BR-00584/2014.
Estatal, orçamento e gabinete novo: a estratégia de Lira após deixar o comando da Câmara
Lula passa para cuidados semi-intensivos após três dias de monitoramento contínuo
Lula consagra divórcio com mercado financeiro e perde apoio de investidores para 2026
STF e governistas intensificam ataques para desgastar Tarcísio como rival de Lula em 2026
Deixe sua opinião