Porta-voz da Rede Sustentabilidade e um dos assessores mais próximos de Marina Silva, o deputado Walter Feldman classificou como "bastante expressivo" o desempenho da ex-senadora na pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (18).
Mas ressalvou que o Brasil ainda tem de "decantar" o impacto provocado pela morte do companheiro na chapa presidencial, Eduardo Campos, no dia 13 de agosto. A presidente Dilma Rousseff (PT) lidera a pesquisa com 36% das intenções de voto. Marina tem 21% e Aécio, 20%. É uma situação de empate técnico nos limites da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Já na simulação de segundo turno, Marina fica numericamente à frente de Dilma, com 47% das intenções de voto contra 43% da presidente.
"Vemos a pesquisa com muita humildade. É claro que são números semelhantes e até melhores do que em pesquisas anteriores, quando o Datafolha ainda fazia pesquisas com a Marina. Claro que é um segundo turno bastante expressivo", disse Feldman, durante o voo que partiu do Recife por volta das 10h30 rumo a São Paulo.
"Mas preferimos, neste momento, interpretar com muita humildade. O impacto do momento que o Brasil viveu tem de ser decantado, para que a gente tenha, na evolução do quadro, uma avaliação mais profunda", completou. "O Brasil perdeu um dos seus maiores líderes."
Ao longo do voo, Marina, com ar bastante cansado, não falou com a imprensa. Sentou na janela da última fila e, apesar de períodos de forte turbulência, dormiu durante boa parte da viagem de cerca de 3h. O avião pousou por volta das 13h40 na capital paulista.
Feldman voltou a afirmar que a candidatura de Marina só será formalmente decidida na quarta-feira (20), durante a reunião da Executiva Nacional do PSB, em Brasília. As tratativas para torná-la a candidata oficial ao Planalto começaram entre os integrantes do partido logo após a morte de Campos. A ex-senadora, porém, preferiu não falar sobre seu futuro político até que o aliado fosse enterrado.
Os líderes do PSB já falam abertamente em Marina como candidata. A ex-senadora tem o aval da família de Campos, incluindo Renata, viúva do pessebista e considerada hoje uma das principais forças do partido. "Os fatos levam a acreditar que a Marina seja escolhida como candidata, mas preferimos esperar a conclusão dos trabalhos, que, neste momento, são liderados pelo doutor Roberto Amaral [presidente nacional do PSB]", disse Feldman.
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