A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, deixou em aberto, ao rebater nesta quinta-feira (25) a afirmação de um assessor de Marina Silva (PSB), a possibilidade de realizar um ajuste fiscal na economia em um possível segundo mandato."Agora falaram um ajuste fiscal profundo. Ele não é necessário dessa forma como a candidata diz que fará", disse Dilma em entrevista, sem descartar a hipótese de correções no rumo da política fiscal.
A presidente, que fez campanha em Feira de Santana (BA), havia sido questionada sobre declaração do economista Maurício Rands, da equipe de Marina.
Rands defendeu a necessidade de um "ajuste fiscal grande" a partir do próximo ano para garantir o controle da inflação. "O que a senhora acha desse tipo de perspectiva de futuro?", perguntou uma repórter à presidente, após citar a expressão de Rands.
Antes de ir ao ponto central da questão, Dilma fez críticas a Marina e admitiu que vem promovendo ataques ao programa do PSB, mas não à rival. E classificou o "modelo de política econômica" de sua ex-colega de Esplanada dos Ministérios como "extremamente conservador e neoliberal".
"O grande problema da candidata é que um dia eles dizem uma coisa, no outro dia outra. [...] Não só ela pretende atender prioritariamente aos bancos, como deixou claro no programa dela com a independência do Banco Central, [...] mas também ela tem uma política conservadora. Ela já falou em flexibilizar salários, aliás, direitos trabalhistas, em reduzir o papel dos bancos públicos", afirmou Dilma.
A candidata completou a introdução da resposta justificando a linha ofensiva de sua campanha. "Acontece que a gente responde a fala da candidata, depois, quando se responde, ela se vitimiza e diz que está sendo atacada. Eu não estou atacando a candidata, estou atacando e divirjo do programa da candidata", afirmou.
Em seguida, a presidente entrou no tema propriamente dito e justificou porque um ajuste fiscal tal como defendido por assessores de Marina não seria necessário. "Agora falaram um ajuste fiscal profundo. Ele não é necessário dessa forma como a candidata diz que fará. Porque o Brasil não esta desequilibrado, não tem crise cambial. O Brasil passa com o resto do mundo por um processo de crise que nos não combatemos igual a eles", disse.
A condução da economia sob Dilma tem sido alvo de objeções, entre outros pontos, pela política de maior intervenção em preços administrados, como o da gasolina e da energia elétrica. Críticos afirmam que essas ações podem agravar a inflação.
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