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Dilma Rousseff, presidente | Eduardo Nicolau/Estadão
Dilma Rousseff, presidente| Foto: Eduardo Nicolau/Estadão

Sabatina

A presidente Dilma Rousseff falou na sabatina do Estadão sobre vários outros temas. Confira:

• Saída de Guido Mantega

A presidente confirmou que o ministro da Fazenda não continuará no cargo caso ela seja reeleita. De acordo com Dilma, a saída de Mantega seria por razões pessoais. "O Mantega já me comunicou que não tem como ficar num segundo mandato. Por questões eminentemente pessoais, que vocês têm que respeitar", disse a presidente em sabatina ao jornal O Estado de S. Paulo.

• Volta, Lula

Dilma disse não se incomodar com o movimento "volta, Lula", que pede que o ex-presidente se candidate em seu lugar neste ano. "Todo mundo que apostou em algum conflito entre eu e o Lula errou. Tenho com o Lula uma relação fortíssima, pessoal", afirmou. "Eu apoiarei o Lula em qualquer circunstância. O que ele quiser fazer, eu apoiarei. Estarei com ele em todas as circunstâncias, não só em 2018."

• Atraso de obras

Em relação a atrasos nas obras do governo federal, como é o caso da transposição do Rio São Francisco, Dilma afirmou que "só não atrasa obra de engenharia quem não faz" e justificou que a transposição exige diversas obras espalhadas por vários Estados para ser potencializada.

A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem que jamais imaginou haver "malfeitos" em negócios envolvendo a Petrobras tanto no período em que esteve à frente do Conselho de Administração da estatal quanto nos três anos e meio de seu governo. A afirmação foi feita durante sabatina feita pelo jornal O Estado de S. Paulo, no Palácio da Alvorada, em Brasília. "Se houve alguma coisa, e tudo indica que houve, eu posso te garantir que todas, vamos dizer assim, as sangrias que eventualmente pudessem existir estão estancadas", disse a presidente.

Para a presidente, o envolvimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da empresa, "é estarrecedor". "Em nenhum mo­­mento houve [desconfian­­ça]. É interessante que lembremos que ele [Paulo Roberto Costa] é um quadro da Petro­­bras. O que é mais estarrecedor. Ele vinha fazendo carreira. É de fato surpreendente que ele tenha feito isso. Isso não faz parte da Petrobras", afirmou.

Preso desde março, Costa começou a contar tudo o que sabe sobre um esquema que teria desviado R$ 10 bilhões em um acordo de delação premiada. De acordo com reportagem da revista Veja, Costa cita como beneficiários de propina em esquema na Petrobras o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), e os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Alves (PMDB-RN), respectivamente. Estariam envolvidos também políticos do PT e do PP.

Dilma afirmou que já pe­­diu oficialmente o compartilhamento das informações à Polícia Federal e ao Ministério Público para avaliar o envolvimento de pessoas ligadas ao governo. A presidente afirmou que, enquanto isso não acontecer, não tomará nenhuma medida baseada apenas em reportagens.

"Sou presidenta da Re­­pú­­blica, tenho que acatar as informações da Polícia Fe­­deral, do Ministério Público. (...) Eu não quero dentro do meu governo qualquer pessoa que esteja comprometida com mal­­feito. A imprensa não tem um foro inequívoco para dizer quem eu posso ter ou não. Eu quero a informação a mais profunda possível", disse.

Durante a entrevista, Dil­­ma defendeu ainda a presidente da Petrobras, Graça Fos­­ter, e afirmou que a empresa melhorou sua gestão neste período, além de ter ampliado os canais de transparência. "Eu acho que ela aumentou a qualidade da gestão e quem vier depois tem que melhorar também. É obrigação de uma gestão", disse.

Para Dilma, os esquemas de corrupção revelados ao longo dos doze anos de governo do PT se deram porque a Polícia Federal e o Ministério Público ganharam autonomia para investigar. "Quem não investiga não descobre. Fica claro que esse governo investigou e descobriu", disse.

Aécio ganha "última chance" e ataca o PT

Agência O Globo

Para especialistas, a campanha para presidente chegou a um novo ponto após as denúncias feitas por Paulo Roberto Costa envolvendo políticos da base da presidente Dilma Rousseff, além do ex-governador Eduardo Campos, do PSB, morto em acidente aéreo. Eles dizem que o candidato do PSDB, Aécio Neves, tem nas mãos a última oportunidade de mudar o jogo eleitoral. Por isso, acreditam, o tucano dedicará boa parte de sua propaganda de rádio de tevê ao assunto. Já no programa de tevê de hoje, Aécio deve explorar de forma agressiva as denúncias.

"Para o PSDB, será a última oportunidade de reverter o atual quadro eleitoral na corrida presidencial, já que o partido não teve nomes de seus integrantes ligados às denúncias, pelo menos até agora", diz Vera Chaia, professora da PUCSP, acrescentando que Dilma e Marina Silva deverão negar envolvimento no caso e desqualificar as denúncias.

Ontem, Aécio afirmou que a presidente Dilma Rousseff se beneficiou politicamente do esquema de corrupção em investigação na Petrobras. "Não acredito que a presidente da República tenha recebido recursos desse esquema. Mas, do ponto de vista político, ela foi beneficiária, sim. E tinha a obrigação de saber aquilo que acontece no seu entorno", disse o tucano, que fez campanha em Belém (PA).

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