Candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos afirmou nesta sexta-feira (25) que a presidente Dilma Rousseff é "quem poderia esclarecer mais coisas sobre Paulo Roberto Costa", ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e alvo da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas comandado pelo doleiro Alberto Youssef.
Na quarta-feira (23), a Justiça Federal acolheu pedido da defesa de Costa, que indicou o ex-governador de Pernambuco como testemunha, e mandou intimar Campos para depor no processo sobre suposto desvio de dinheiro das obras da refinaria Abreu e Lima. A decisão é do juiz Sérgio Moro, que reconhece a demora na localização das testemunhas "em período de campanha eleitoral".
Questionado sobre se compareceria ou não para depor sobre o caso, Campos disse que "a indicação de testemunha é livre". "Estou à disposição da Justiça, mas acho que quem poderia esclarecer mais coisa sobre Paulo Roberto Costa era a Dilma, por exemplo, que presidia o Conselho de Administração da Petrobras que nomeou o Paulo Roberto e que manteve ele lá anos e anos".
O presidenciável desconversou sobre sua relação com Costa: "Pergunte a ele", disse, apesar de já ter dito em março deste ano que conhece o ex-diretor da estatal.
"Querem nos dividir"
Campos participou ao lado de Marina Silva, candidata a vice em sua chapa na disputa pelo Palácio do Planalto, do lançamento de candidatos a deputado estadual e federal da Rede, grupo político da ex-senadora que não conseguiu o registro na Justiça Eleitoral. Os nomes que concorrerão ao Legislativo estão filiados a siglas aliadas.
Durante discurso de pouco mais de vinte minutos, o pernambucano afirmou que é preciso "ter cuidado com aqueles que tentaram nos dividir". "Quem quer atrapalhar o caminho da mudança no Brasil fica tentando nos dividir. Eu e Marina temos consciência disso". afirmou.
O PSB e a Rede tiveram problemas na formação dos palanques estaduais e conseguiram se unir em torno de uma mesma chapa em 13 Estados mais o Distrito Federal. Nos outros treze Estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, dois dos maiores colégios eleitorais do país, a Rede não apoia o candidato aliado a Campos e impediu, inclusive, o uso da imagem de Marina nos materiais de campanha.
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