A presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) reafirmou que vai trabalhar para que o País volte a crescer e que deve fazer anúncios de mudanças em sua equipe ainda este ano. Ela rechaçou a possibilidade de o Brasil ter seu rating rebaixado este ano e garantiu que o País continua atrativo aos investidores externos. "O Brasil tem fundamentos fortes e estrangeiros mantêm investimento direto expressivo", afirmou em entrevista à TV Bandeirantes, destacando que hoje o País recebe US$ 65 bilhões de dólares de investimento estrangeiro.
Para a presidente, não há sinalização de que vai haver rebaixamento "no futuro imediato" nem há razões para isso. "Pelo menos que eu saiba todas (as agências de risco) descartam isso em 2014 e colocam isso para depois de 2015", afirmou, ressaltando que o País tem todas as condições de se recuperar economicamente.
Dilma disse ainda que, em comparação com outros países, até mesmo os europeus, o Brasil tem um setor financeiro sólido. "Hoje na Europa há toda uma desconfiança da robustez dos bancos" afirmou. Ela reconheceu, no entanto, que o Brasil está passando por uma "situação difícil", mas que tem todas as condições de sair dela. Para isso, segunda ela, será preciso uma união. "Se todos nós nos dermos as mãos vamos conseguir alcançar o objetivo de retomada de crescimento."
Questionada se concordava com a avaliação do ministro da Fazenda Guido Mantega, de que a sua reeleição foi uma aprovação à condução da sua política econômica, Dilma disse acreditar que o que a favoreceu foi o fato de o governo não ter atribuído a "conta da crise" internacional ao povo brasileiro, "como sempre foi atribuído". Destacando a baixa taxa de desemprego - de 4,9% - e o aumento de renda, a presidente disse que sua conduta foi a de não penalizar a população. "Nesse sentido acho que houve uma grande aprovação", explicou.
Citando avaliações internacionais, a presidente afirmou que o Brasil tem hoje condições de sair desse processo de baixo crescimento em busca de uma maior expansão. "Nós temos um mercado interno robusto, com milhões que foram para a classe média", afirmou, destacando que hoje, a cada quatro brasileiros, três estão na classe média.
A presidente destacou ainda que o País tem proteção, não sofre mais como sofria há uma década e possui uma situação equilibrada. "Temos reservas e elas nos protegem", disse. Ela defendeu também sua política de contenção inflacionária e reafirmou que manterá os preços sob controle. Ela minimizou as reações do mercado financeiro após sua reeleição e disse que "o mercado é assim, ele flutua". "Tenho certeza que vamos nos adaptar a essa situação pós-eleitoral".
Diálogo
Dilma voltou a dizer que está disposta a convidar todos os setores e a oposição para o diálogo."Eleição implica em divisão, mas por trás disso há conjunto de posições para melhorar. É imprescindível o diálogo, que tem que abranger todos os setores, incluindo oposição", afirmou.
A presidente disse que vai escutar todos os setores, o produtivo o financeiro e representantes da sociedade. Apesar de ser eleita por uma margem apertada de votos, Dilma afirmou que será a representante não de "uma parte dos brasileiros, mas sim de todos os brasileiros".
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