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O governador eleito do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, sinalizou nesta segunda-feira, 5, que manterá, no 2.º turno da disputa presidencial, a parceria com o PSDB de Aécio Neves. Disse, no entanto, que o apoio está condicionado à aliança do seu partido com o PT. Ele foi presidente da Embratur no governo Dilma Rousseff.

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Um dia depois de derrotar o grupo do senador José Sarney, Dino destacou que cobrará do futuro governo, seja petista ou tucano, a escolha de novos interlocutores do Maranhão, que não sejam aqueles ligados aos Sarney.

Ele lembrou que seu vice é Carlos Brandão, do PSDB, e o candidato ao Senado da coligação é Roberto Rocha, do PSB, também eleito. "O PSDB e o PSB foram determinantes para a minha vitória. Não posso ignorar isso", afirmou. "O meu partido apoia a Dilma, é verdade, mas o leque de alianças montado aqui foi bastante heterogêneo. Não posso dar cavalo de pau em transatlântico e trem."

O governador eleito ressaltou que ainda não foi procurado. "Até agora ninguém me disputou, não (risos). Estou aqui quietinho", brincou. Com uma vitória no domingo por quase um milhão de votos de diferença sobre o adversário Lobão Filho (PMDB), do grupo de Sarney, Dino espera mudança de posição de Brasília em relação ao Estado.

Os aliados de Sarney têm amplo espaço na máquina federal, com o comando de ministérios e autarquias. "Qualquer que seja o presidente eleito, eu tenho essa expectativa (de mudança de interlocução), em razão do respeito à vontade popular", disse. "Não é um desejo pessoal meu. É um fato político. Foi uma decisão do povo do Maranhão que espero que seja respeitada."

Para o governador eleito, a influência da "oligarquia" Sarney em Brasília ocorre desde o governo JK (1956-1960) e passou a ser desproporcional após o resultado das urnas, no último domingo, no Maranhão.

A manutenção desse espaço seria, na sua avaliação, uma "violência" contra a vontade da sociedade maranhense. "Não é uma violência contra o Flávio Dino. A sociedade se pronunciou de forma eloquente, nítida, de modo tão destacado, enfático, incisivo e contundente que não permite uma dupla leitura", disse. "Eles usaram todo o arsenal deles contra nossa campanha, ainda assim, a sociedade deu uma resposta avassaladora."

Oligarquia

Dino ressaltou que seu grupo político não pode desprezar o poder dos Sarney e avalia que o ex-governador Jackson Lago (PDT), que venceu a disputa de 2006, enfrentou uma correlação de forças desigual e errou ao "subestimar" o grupo adversário.

Lago acabou afastado do governo pelo Judiciário do Maranhão. "Você não pode subestimar os representantes da oligarquia, porque a ânsia de poder deles é muito grande, o apego ao poder, à fortuna."

Em seu apartamento num bairro de classe média de São Luís, Dino afirmou que pretende, no governo, priorizar a melhoria das condições de vida no Maranhão. "Temos a contradição de um Estado muito rico, de potencialidade, boa logística e com base econômica importante que não consegue garantir condição de vida digna para a população", disse.

Quando recebeu a notícia da vitória, na noite de domingo, Dino afirmou que "o coronelismo acabou no Maranhão". Ontem, ele disse que não se precipitou. "O resultado eleitoral das urnas permitiu essa conclusão. Ganhamos com 30% de vantagem. Elegemos o senador (Roberto Rocha, do PSB). Não foi um ato de vontade minha, mas da sociedade", disse.

"A sociedade cansou, quer um regime oxigenado, republicano, democrático, que ouça e aplique bem o dinheiro público." Dos 42 deputados da nova Assembleia Legislativa, apenas 14 são ligados a Dino. Ele espera fazer maioria na Casa e garantir a governabilidade no Estado com forte presença do grupo de Sarney. "Espero uma transição sem sabotagens", finalizou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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