Frigorífico da JBS: grupo empresarial foi o maior doador do país, com R$ 51 milhões| Foto: Celso Junior/Estadão Conteúdo

R$ 5 milhões foram arrecadados pelos candidatos ao governo do Paraná em julho, primeiro mês de campanha. Individualmente, as maiores doadoras foram o grupo JBS e a CR Almeida.

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Cenário estadual

Arrecadação eleitoral foi de R$ 14,7 milhões no Paraná

No Paraná, as doações eleitorais somaram R$ 14,7 milhões. Os candidatos ao governo ficaram com a maior fatia de doações no Paraná: R$ 5 milhões. A maior parte (R$ 4,2 milhões) também veio de empresas. A petista Gelisi Hoffmann recebeu o mesmo valor do grupo alimentício JBS e da empreiteira CR Almeida: R$ 950 mil de cada empresa. A segunda maior doação veio da Ambev, no valor de R$ 380 mil. As maiores doações direcionadas ao candidato do PMDB, Roberto Requião, foram da Distribuidora de Pneus Vila Velha (R$ 200 mil) e da Cattalini Terminais Marítimos (R$ 75 mil). O candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB), que inicialmente apresentou prestação de contas zerada, posteriormente informou ter recebido R$ 2,2 milhões. Praticamente metade veio do mesmo doador: o Moinho Iguaçu Agroindustrial, que doou R$ 1 milhão. O segundo doador que mais contribuiu foi a TGA Administração e Participações, com R$ 200 mil. Todas as doações informadas pelo candidato teriam sido realizadas após o dia 28 de julho, portanto, em tese, deveriam constar na segunda parcial. O prazo para que os candidatos apresentem os novos dados à Justiça Eleitoral termina na próxima terça-feira.

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O valor doado aos partidos e candidatos de todo o país durante o primeiro mês de campanha chegou a R$ 224 milhões. Os dados fazem parte de um levantamento exclusivo da Gazeta do Povo, com base em dados disponíveis na Justiça Eleitoral, referente à arrecadação de campanha entre 6 e 28 de julho. Oficialmente, os candidatos podem pedir votos desde 6 de julho. E o dia 28 do mês passado era a data limite para que eles informassem as doações recebidas na primeira fase de campanha.

INFOGRÁFICO: Veja informações sobre as doações

O grupo JBS − detentor das marcas de alimentos Friboi e Seara − foi o que mais doou: R$ 52 milhões. No Paraná, de acordo com o sistema de prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o JBS, dono de um faturamento de R$ 93 bilhões em 2013, doou R$ 1,7 milhão para candidatos a deputado federal do PP e PR e para a campanha de Gleisi Hoffmann (PT) ao governo.

Dos dez maiores doadores, cinco são empreiteiras. OAS, com R$ 18,9 milhões, e Queiroz Galvão, com 14,8 milhões, vêm, respectivamente, em segundo e terceiro lugares no ranking dos maiores financiadores eleitorais. Somando-se as doações de UTC Engenharia (R$ 10,9 milhões); Grupo Carioca Christiani Nielsen (R$ 6 milhões); e Andrade Gutierrez (R$ 4,8 milhões), as empresas do setor doaram juntas R$ 55,4 milhões nesta fase da campanha. No setor de logística, a Cosan foi uma das maiores financiadoras, com R$ 6,8 milhões.

A Telemont Engenharia de Telecomunicações é outra grande doadora. Com R$ 11,9 milhões repassados para as campanhas, ficou em quinto lugar. O partido preferido da empresa é o PMDB. Mas também receberam recursos PP, PR, Pros e PSDB. Do total, R$ 500 mil foram doados a candidatos a deputado federal paranaenses.

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Completam a lista dos dez maiores doadores duas empresas do segmento de bebidas. A Ambev doou R$ 11 milhões – no estado, R$ 15 mil para o Solidariedade e R$ 380 mil para Gleisi Hoffmann. Já a Arosuco Aromas e Sucos fez doações de R$ 6,7 milhões em todo o país.

Sem verba

O valor recebido pelos candidatos até 28 de julho chegou a R$ 187 milhões. Em tese, a diferença de R$ 37 milhões em relação à arrecadação total do período existe porque os partidos ainda não haviam repassado parte do dinheiro aos concorrentes.

Dos mais de 26 mil candidatos que concorrem aos cargos de deputado estadual, deputado federal, governador, senador e presidente em 26 estados e no Distrito Federal, apenas 3,6 mil (14%) declararam ter recebido doações em dinheiro ou serviços. Ou seja, o restante informou não ter tido arrecadação. Para o secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, o comportamento dos partidos e candidatos e do próprio TSE "foi frustrante", já que as doações ocultas, segundo ele, permanecem. "As empresas investem, não doam, esperando um retorno financeiro no futuro", afirma.

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