Um Brasil para llamar de meu
Oeste do Paraná passou a receber paraguaios que atravessam a fronteira em busca de uma vida melhor. Mas a região não está preparada para recebê-los
Dezesseis cidades do Oeste do Paraná não têm nenhum leito de internamento hospitalar disponível para o Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com o Ministério da Saúde. Com isso, qualquer procedimento além de uma consulta com um médico clínico geral tem de ser encaminhado para outro local. Por isso, Cascavel, a maior cidade da região, concentra um alto número de procedimentos médicos de moradores de outros municípios, o que eleva a demora em atendimentos de média e alta complexidade.
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"A tampa da chaleira está para explodir. Precisamos de mais hospitais. Temos o Hospital Universitário em Cascavel e o Hospital Regional em Foz. Se o hospital de Toledo, que está inacabado, funcionasse, já distribuiria melhor [a demanda]", alerta Marcel Henrique Micheletto, prefeito de Assis Chateaubriand e presidente da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop).
Um exemplo da lentidão é o caso de Jean Carlos de Lima dos Santos, de 16 anos. Ele acidentou-se no dia 9 de maio em Anahy e esperou uma cirurgia por quatro meses. No dia do acidente, o rapaz foi socorrido e encaminhado para Corbélia. Lá recebeu pontos no joelho e supercílio, mas o braço quebrado não foi mexido. O hospital informou à família que não tinha como ajudar porque não faz atendimentos de ortopedia. Com isso, improvisaram uma tala com um pedaço de papelão e pediram para que procurasse atendimento em Cascavel. Jean Carlos esperou quatro meses para colocar o braço no lugar. "Estou tomando remédio para dor", conta o adolescente, que deixou de trabalhar com o pai como pedreiro e, consequentemente, ajudar no orçamento da família. Na semana passada, os médicos dispensaram o rapaz da cirurgia, mas o motivo não foi esclarecido.
Marisia da Silva Ferreira, de 64 anos, moradora de Iguatu, é outra vítima do sistema de saúde. Desde 2004, ela trata da dor nas costas, herança do trabalho como boia-fria. Neste ano, porém, o ombro e o cotovelo também passaram a incomodar. Para tratar com um especialista, tem de enfrentar uma longa peregrinação. "É meio desanimador. Tem de acordar às 4h para pegar a van às 5h30 para estar às 6h em Cascavel. Às vezes, a consulta é de tarde e a gente perde o dia."
Apesar disso, o diretor da 10.ª Regional de Saúde em Cascavel, Miroslau Bailak, discorda que o cenário seja tão ruim. "Há leitos suficientes [na região] para internamento. Mas há uma sobrecarga muito grande de internamento porque a nossa atenção básica não funciona corretamente. Maringá, por exemplo, tem 70 equipes de Saúde na Família. Até o ano passado, Cascavel tinha 10. Essa deficiência acontece em vários municípios."
O problema nas cidades pequenas é a falta de dinheiro e de médicos. Daiane Luiza da Silva Pinto, diretora de Saúde de Anahy, conta que paga R$ 16 mil para um médico por 40 horas semanais valor que, somado ao investimento no transporte de pacientes para Cascavel,faz falta para melhorrar outras áreas da saúde.
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