Em evento nacional de servidores dos Tribunais de Contas (TCs), que aconteceu ontem em Curitiba, o presidente da Federação Nacional das Entidades dos Servidores dos Tribunais de Contas do Brasil, Amauri Perusso, defendeu que os conselheiros e ministros que respondem a processos na Justiça devem ser imediatamente afastados dos tribunais mesmo se ainda não tiverem sido condenados. "Essas pessoas não têm conduta ilibada para julgar contas", afirmou Perusso. Se a medida fosse atendida, pelo menos 20% (ou 47) dos 238 conselheiros de TCs do país seriam afastados. Esse é o número de conselheiros com pendências na Justiça, segundo levantamento da ONG Transparência Brasil, de abril deste ano.
Perusso também defendeu que as eleições para conselheiros deveriam ser reformuladas, dando a chance que qualquer brasileiro que atenda aos requisitos mínimos possa participar. As sabatinas e os votos precisariam ser públicos, de modo a permitir o controle pela sociedade. Isso evitaria, segundo ele, que os TCs ficassem lotados de políticos. Pelo levantamento da Transparência Brasil, seis em cada 10 conselheiros são ex-políticos. Marinho e Camargo entrariam na soma.
Gabriel Guy Leger, procurador do Ministério Público de Contas, também fez um discurso duro durante o evento ontem. "Há um problema do TC em agir como aqueles três macaquinhos: não vê, não fala, não ouve", disse, em uma analogia à falta de resposta dos tribunais em situações concretas e na "falta de equanimidade" no julgamento das contas. "Estamos vendo uma divergência grande entre os relatórios dos técnicos e as decisões dos conselheiros", disse.
Alcolumbre no comando do Senado deve impor fatura mais alta para apoiar pautas de Lula
Sob Lula, número de moradores de rua que ganham mais de meio salário mínimo dispara
STF censura revista criada por Lacombe e Allan dos Santos; assista ao Entrelinhas
Entenda o que acontece com o mandato de Carla Zambelli após cassação no TRE
Deixe sua opinião