Derrotada na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul, Ana Amélia Lemos (PP) disse que sua campanha foi vitoriosa tanto porque fará com que o partido aumente sua representação parlamentar quanto porque levou o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, a equilibrar a disputa com Dilma Rousseff (PT) no Estado.
"É preciso respeitar a vontade dos eleitores que, em relação a mim, manifestaram desejo de que eu continue no Senado, onde já trabalho muito pelos interesses do Rio Grande do Sul e agora, com muito mais empenho, meu compromisso aumenta mais", afirmou, ao reconhecer a derrota, no comitê de campanha, na noite deste domingo (5).
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Ao lado do presidente do partido no Estado, Celso Bernardi, do candidato a vice-governador Cassiá Carpes (Solidariedade) e da candidata ao Senado pelo PP, Simone Leite, Ana Amélia disse que não lamentaria o resultado. "Vamos celebrar um grande trabalho que, no meu caso, vai continuar na defesa do Rio Grande do Sul, ganhe quem ganhe a eleição estadual", prometeu, referindo-se aos concorrentes Tarso Genro (PT) e José Ivo Sartori (PMDB), classificados para o segundo turno.
A senadora e o presidente do PP não anteciparam se darão apoio a algum candidato ao governo do Estado no segundo turno. "Essa decisão cabe às instâncias partidárias", esquivou-se Ana Amélia. Mas, pelo tom das reclamações, é fácil deduzir que com o PT não há margem para negociações.
Referindo-se à campanha do primeiro turno, tanto a senadora quanto Bernardi qualificaram os ataques que Ana Amélia recebeu do PT como "difamações injustas, descabidas, rasteiras".
A campanha de Tarso questionou o duplo contrato que Ana Amélia manteve como funcionária da RBS e do gabinete do marido, o senador Octavio Omar Cardoso, em 1986, e a omissão de uma fazenda na declaração de bens à Justiça eleitoral. A agora senadora sustentou que os contratos obedeciam a legislação em vigor e que os serviços eram prestados. Também reiterou que a fazenda sempre foi declarada pelo marido, estava relacionada no inventário, e agora, depois da partilha, feita neste ano, a parte que lhe coube será informada à Receita Federal. "Eles estão pagando o preço em forma de rejeição", comentou Ana Amélia.
Ana Amélia destacou ainda que, a partir de agora, está mais engajada na campanha do PSDB para a Presidência da República. "Meu compromisso pessoal é com o Aécio", afirmou, adiantando, inclusive, expectativa pelo seu futuro papel de aliada, caso o tucano vença a eleição presidencial. "Tenho certeza de que terei papel relevante para defender o governo dele no Senado", previu.
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