Estratégia

Especialista aposta em discurso contundente nesta parte final

O cientista político do grupo Uninter Doacir Quadros afirma que as últimas semanas da campanha podem fazer diferença para os candidatos que estão em terceiro lugar, como o caso de Gleisi Hoffmann (PT) na disputa pelo Palácio Iguaçu e de Aécio Neves (PSDB) na corrida presidencial. "Não é a maioria, mas uma parte significativa do eleitorado retarda a definição do voto até o dia da eleição. Além do mais, nessas próximas semanas podem surgir novos fatos que mudem totalmente a campanha eleitoral. Ainda é cedo para definições", completa.

Para alavancar mais votos, o especialista destaca que Gleisi deve intensificar um discurso mais contundente nesses últimos dias. "Esse é o momento. Se ela pretende chegar ao segundo turno deve ter uma postura mais agressiva com os outros dois candidatos. Inclusive ela já vem mostrando isso desde o início da semana passada", diz.

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Dúvida

O último Datafolha mostrou que Beto Richa (PSDB) pode ser eleito ainda no primeiro turno. O tucano alcançou 44% das in­­tenções de voto, resultado maior que a soma dos votos dos outros candidatos (39%).

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A menos de um mês para as eleições, a candidata Gleisi Hoffmann (PT) amarga um terceiro lugar com 10% das intenções de voto, bem distante de Roberto Requião (PMDB) com 28%, que aparece na segunda posição na última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira. Os números são pouco animadores, especialmente para uma postulante como Gleisi, que vinha ensaiando a candidatura desde que se elegeu senadora em 2010 e depois exerceu o cargo de ministra da Casa Civil do governo Dilma Rousseff.

Nesta reta final de campanha, a coordenação da petista aposta no apoio de "pesos-pesados" da política paranaense para tentar conquistar a simpatia dos 10% de indecisos. Na sexta-feira, o diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, Jorge Samek, se afastou do cargo para se dedicar totalmente à campanha de Gleisi. Além dele, os ministros Aldo Rebelo e Paulo Bernardo (marido da candidata) e o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), também são outros nomes fortes que entraram de cabeça para tentar levar a petista para o segundo turno.

Já no começo da campanha, Gleisi focou suas principais críticas em Beto Richa (PSDB), candidato mais bem colocado desde as primeiras pesquisas. Questionada pela Gazeta do Povo sobre a estratégia, a senadora contemporizou. "É natural que as críticas se dirijam preferencialmente ao atual gestor, que está tendo seu governo avaliado, principalmente, no momento da eleição. Porém, ao longo da campanha, temos citado também as falhas dos governos anteriores, sempre propondo soluções", disse.

Para reverter o quadro e chegar perto de Requião, Gleisi aposta agora numa agenda mais intensa pelo Paraná. "Vamos percorrer o estado e mostrar porque temos o melhor projeto. Mostrar que o Paraná merece um governador mais preparado", afirmou.

Metodologia

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A pesquisa foi encomendada ao Datafolha pela RPC TV e pelo jornal Folha de S.Paulo. O levantamento foi feito entre os dias 8 e 9 de setembro de 2014. Foram realizadas 1.201 entrevistas em 46 municípios, com margem de erro máxima de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral com os números PR-00031/2014 e BR-00584/2014.