A candidata do PT ao governo do Paraná, Gleisi Hoffmann, criticou na noite desta quinta-feira (3) o governador e candidato à reeleição Beto Richa (PSDB) por causa da gestão da atual administração nas áreas de segurança pública e do sistema penitenciário. Ao participar de sabatina promovida pelo Portal RIC Mais e pela Universidade Positivo, a petista disse que terá "muito trabalho" na área da segurança caso venha a ser eleita.
As Unidades Paraná Seguro (UPS), principal ação do governo Richa na área da segurança pública, foram o grande alvo da petista. "O objetivo [da UPS] não é necessariamente resolver um problema, mas fazer uma divulgação", criticou Gleisi. "Nas UPPs [Unidades de Polícia Pacificadora] do Rio, todos os materiais e condições foram dadas. No Paraná, temos reclamações de que os policiais ficam dentro de contêineres, que são alugados por mais de R$ 2 mil por mês. Do jeito como foi instalada, [a UPS] foi mais para fazer propaganda.
A candidata do PT questionou ainda o número de policiais militares que Richa vem dizendo ter contratado em sua gestão. "Não foram 10 mil, até agora foram 6 mil, sendo que 3,5 mil são do governo passado", afirmou.
Penitenciárias
Para Gleisi Hoffmann, rebeliões como a enfrentada na penitenciária de Cascavel, no Oeste do estado, no dia 24 do mês passado, quando quatro detentos foram mortos, poderão acontecer em outras unidades prisionais do estado. "O atual governador se elegeu dizendo que criaria 10 mil vagas em presídios, até agora não criou nenhuma", afirmou. "A situação é crítica, pois nem todas as delegacias foram esvaziadas. Se houver qualquer descontrole, vai ter um motim como em Cascavel."
A petista voltou a dizer que o atual governador acusa o governo federal de dificultar a liberação de empréstimos para o estado para "esconder sua incompetência" e citou recursos que seriam destinados à construção de novas unidades prisionais. "Temos recursos do governo federal disponíveis desde 2011. São R$ 137 milhões, mas o governo do Paraná só apresentou projetos no final de 2013", criticou.
Marina
Após a sabatina, Gleisi disse considerar a "onda Marina" pelo país como decorrência do "voto emocional" - candidata do PSB à Presidência, Marina Silva subiu nas pesquisas após a morte de Eduardo Campos, em 13 de agosto. "O eleitor do Paraná tem se comportado como o nacional. Agora os candidatos terão de debater, mostrar a que vieram. É um voto emotivo, mas o eleitor é racional e vai escolher os melhores para administrar."