O candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), disse nesta quinta-feira (10) que o governo federal tentou se apropriar politicamente da Copa do Mundo e agora pagará o preço da eliminação. Para o tucano, a presidente Dilma Rousseff (PT) reagiu ao evento de acordo com o humor dos brasileiros em relação ao Mundial.
"Quando vieram as manifestações, ela não tinha nada a ver com Copa do Mundo. Quando a Copa dá certo, parecia até que era ela a artilheira da seleção. Acho que quem vai pagar o preço [da eliminação do Brasil] são aqueles que tentaram se apropriar de um evento que é de todos os brasileiros", disse Aécio, em Vila Velha (ES).
Vaiada e hostilizada por torcedores na abertura da Copa, a presidente passou a falar mais sobre o evento nas últimas semanas, após o aumento da aprovação popular ao torneio. Ela criticou os que previam um fracasso na organização do Mundial e divulgou uma mensagem ao atacante Neymar depois que ele ficou fora do torneio por contusão.
Com a eliminação da seleção, goleada por 7 a 1 pela Alemanha na última terça (8), o governo busca agora minimizar o efeito negativo da derrota sobre o humor da população.
Aécio esteve no Mineirão assistindo ao duelo, mas evitou divulgar sua presença no estádio, temendo vaias e críticas. Após a partida, divulgou nota em que disse compartilhar "como torcedor e como brasileiro" a frustração diante do resultado.
"Estive lá, como torcedor, no Mineirão, atônito com aquele resultado, e nunca misturei as coisas. Mas aqueles que esperavam fazer da Copa do Mundo, como disse a presidente, uma belezura para influenciar nas eleições, vão se frustrar", afirmou o tucano nesta quinta.
O termo "belezura" foi usado por Dilma na segunda-feira (7), véspera da eliminação do Brasil, em um bate-papo com internautas. Ao responder ao agradecimento de uma eleitora, que disse que a realização do Mundial é uma "belezura", contra "tanto urubu agourento no caminho", a presidente afirmou: "Belezura mesmo. Azar dos urubus".
Espírito Santo
Aécio viajou a Vila Velha para um ato de campanha do candidato do PMDB ao governo do Espírito Santo, Paulo Hartung. O PSDB ocupa o posto de vice na chapa do peemedebista, que não apoia Dilma apesar de seu partido fazer parte da coligação da presidente no plano nacional.
O tucano acusou o governo federal se ter sido "omisso" com o Estado e prometeu "refundar a federação no Brasil". Na semana passada, Dilma foi ao Espírito Santo pela segunda vez desde que iniciou o mandato, em 2011.
O senador voltou a criticar a política econômica e a dizer que cortará "pela metade" o número de ministérios. Ele comparou o número atual, de 39 pastas, a "uma bofetada na cara dos brasileiros".
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