Uma plenária do PT em favor da reeleição da presidente Dilma Rousseff realizada numa universidade particular no bairro da Liberdade, na zona central de São Paulo, quase acaba em confusão entre militantes e estudantes pró-Aécio Neves (PSDB) na noite desta quarta-feira, 15. Apesar da troca de insultos, a peleja terminou mesmo em debate político no pátio com direito a selfies de alunos, com adesivos de Aécio colados nas roupas, ao lado do senador petista Eduardo Suplicy.

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O burburinho aconteceu na Universidade Nove de Julho (Uninove), que sediava o ato político organizado pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT) e com a presença do prefeito Fernando Haddad e da filosofa Marilena Chauí. O espaço, reservado pelo PT, estava enfeitado com bandeiras do partido e da candidata à reeleição.

Um grupo de estudantes de medicina tentou entrar no recinto e foi impedido por militantes petistas. O clima esquentou e houve troca de insultos. "Eles nos xingaram e chegaram a dizer que jamais se tratariam com gente como nós", relatou Victória Jordão de 23 anos, aluna do terceiro semestre.

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Do lado de dentro, o deputado Paulo Teixeira orientou os militantes a não saírem do auditório para evitar agressões. "Aí escalei nosso melhor mediador para conversar com os estudantes", disse ele, em referência ao senador, que não foi reeleito.

Voz pausada

Suplicy conversou por meia hora no pátio externo da universidade com um grupo de cerca de 20 estudantes, a maioria deles usando adesivos e camisas de Aécio. Ouviu dos estudantes perguntas e críticas ao programa Mais Médicos - uma das bandeiras da campanha presidencial petista e que desagrada a classe médica.

E, com sua voz pausada, respondeu pacientemente a todas os questionamentos. "Foi só um embate político mesmo. Tudo bem", afirmou o senador. Ao final da conversa, Suplicy tirou fotos com os estudantes e foi elogiado. Um dos alunos comentou que o senador era um "cara diferenciado" dentro do PT.

Aliviado, o reitor da universidade, Eduardo Storópoli, disse que a instituição já alugou espaço para a realização de outros eventos políticos, como as plenárias de Eduardo Jorge e Gilberto Natalini, candidatos derrotados do PV à Presidência e ao governo do Estado de São Paulo, respectivamente.

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O reitor da Uninove classificou o episódio como "fruto da liberdade de expressão". "O debate eleitoral está lançado e a universidade é o local mais apropriado para isso. O protesto é bem-vindo, desde que não haja violência", afirmou Storópoli.