Aécio acusa PT de tentativa de censura à Veja
O tucano Aécio Neves (PSDB) passou a sexta-feira se preparando para o debate da TV Globo em um hotel em São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro. No local, fez um pronunciamento em que acusou a presidente Dilma Rousseff (PT) de tentar censurar a revista Veja. Segundo a publicação, o doleiro Alberto Youssef, em delação premiada à Justiça, teria dito que Dilma e o ex-presidente Lula sabiam dos desvios de dinheiro na Petrobras.
"O Brasil merece uma resposta daqueles que governam o país. Infelizmente, até agora, a única manifestação do PT foi pela censura. Foi pela retirada de circulação da maior revista nacional. Essa não é, certamente, a resposta que os brasileiros aguardam", disse o candidato.
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga negou ontem um pedido apresentado pela coligação de Dilma para que fossem retirados do Facebook links e menções à reportagem da revista desta semana. Para o ministro, o pedido não é cabível, uma vez que se baseou num dispositivo legal que só valerá para as próximas eleições. Na peça, os advogados do PT dizem que a Veja antecipou sua edição com o objetivo de "agredir" a imagem de Dilma e "afetar a lisura do processo eleitoral". A revista negou ter aberto exceção.
Aécio chamou atenção também para a indicação feita pela revista de que a cúpula da campanha de Dilma teria solicitado, segundo Youssef, o repatriamento de US$ 20 milhões para financiar a campanha presidencial deste ano. "Se comprovado, é a prova de que houve caixa 2 nessa campanha", disse o tucano, acrescentando que a delação premiada só se reverte em benefício para o réu se ele comprovar as acusações, insinuando que as afirmações de Youssef devem ter lastro em provas.
No programa eleitoral de ontem, apareceram pedindo voto para Aécio a ex-candidata Marina Silva (PSB) e Romário (PSB), senador eleito pelo Rio. A campanha ainda utilizou um vídeo do jogador Neymar.
Odia dos candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) era para ser de preparação para o quarto e último debate deste segundo turno, ontem, TV Globo. A "calmaria" foi interrompida pela reportagem da revista Veja publicada ontem, com supostas declarações do doleiro Alberto Youssef, apontado como o principal operador do escândalo da Lava Jato. Enquanto Dilma criticou o que chamou de "terrorismo eleitoral" da revista, Aécio acusou o PT de censura. O assunto tomou a maior parte do tempo dos programas eleitorais dos dois candidatos. Segundo a Veja, Youssef teria acusado Dilma e o ex-presidente Lula de terem conhecimento dos desvios de dinheiro público em obras da Petrobras. A afirmação teria vazado de depoimento de delação de Youssef.
Dilma fala que reportagem é "terrorismo"
A presidente Dilma Rousseff (PT) dedicou boa parte de sua última propaganda no horário eleitoral na TV, ontem, para criticar a revista Veja pela reportagem com a suposta declaração do doleiro Alberto Youssef que ligaria ela e Lula ao escândalo da Lava Jato. A presidente afirmou que a revista "e seus cúmplices" terão de responder na Justiça pelo "ato de terrorismo" e por não apresentar provas, visando impactar no resultado das eleições.
"Todo ano é a mesma coisa. A revista Veja solta uma denúncia supostamente bombástica antes das eleições", inicia o programa petista na TV, que afirma haver "falta de decência jornalística rotineira" no veículo. "Sem apresentar nenhuma prova concreta e, mais uma vez, baseando-se em supostas declarações de pessoas do submundo do crime, a revista tenta envolver diretamente a mim e ao presidente Lula nos episódios da Petrobras que estão sob investigação da Justiça", disse a presidente.
O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que o partido enviou representação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para proibir publicidade da revista em rádio, TV e outdoors. Falcão disse ainda que o partido vai entrar com processos nas esferas cível e criminal contra a revista. Apesar disso, ele minimizou os efeitos da reportagem. "Nesta fase o eleitor já não acredita em mais nada, acha que é tudo coisa de campanha", comentou.
Lula também criticou a revista durante ato de campanha em São Paulo nesta sexta-feira. "O problema da Veja é que só ela fala", reclamou. O ex-presidente não discursou durante uma caminhada ontem no Centro de São Paulo porque a legislação eleitoral proíbe a realização de comícios desde quinta-feira. De acordo com a Polícia Militar, o ato reuniu entre 1,5 mil e 2 mil pessoas em seu início.
Hoje pela manhã, às 11h30, Dilma participa de uma caminhada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
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