Gustavo Fruet assumiu o lugar do pai na disputa à Câmara Federal em 1998 ; Jaime Lerner fez campanha durante 12 dias nas eleições à prefeitura em 1988| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo ; Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Seja com Marina Silva, seja com outro candidato, o substituto do presidenciável Eduardo Campos (PSB), morto em um acidente aéreo na última quarta-feira, terá de correr contra o tempo na busca pelo voto do eleitor. A campanha será curta, já que faltam 51 dias para a eleição. Apesar das dificuldades, essa não será a primeira vez que um candidato substitui outro em plena campanha eleitoral. O Paraná tem pelo menos dois casos: um envolvendo o ex-governador Jaime Lerner e outro, o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet.

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Em 1988, em apenas 12 dias, Jaime Lerner foi eleito prefeito de Curitiba após a desistência de outros concorrentes. No início de setembro daquele ano, o candidato do PMDB, Maurício Fruet, liderava a disputa com 28% das intenções de voto. O concorrente mais forte era Algaci Túlio (PDT), com 20%. Uma costura política fez com que Algaci e outros dois adversários renunciassem – o último deles no dia 7 de novembro. No dia 15, o resultado das urnas trazia uma reviravolta: Lerner venceu Fruet por 48,5% dos votos contra 29,4%.

Dez anos depois, Gustavo Fruet deixava a Câmara Municipal para se eleger deputado federal após a morte do pai, Maurício Fruet, também em plena campanha. Gustavo era vereador na capital, em 1998, quando assumiu o lugar do pai na disputa. Faltavam 35 dias para a eleição, que, naquele ano, foi em 4 de outubro. Com menos de 30 dias de campanha pela frente, Gustavo, à época no PMDB, assumiu a disputa e foi eleito deputado federal, sendo o segundo candidato mais votado em Curitiba.

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Paralelo

Diante dos exemplos e do cenário atual, a cientista política Celene Tonella, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), avalia que o fato de faltar 51 dias para o primeiro turno não é, necessariamente, um empecilho. Segundo ela, no caso do PSB, Marina Silva é o nome mais adequado para substituir Eduardo Campos. "A Marina tem capital político, uma herança de 20 milhões de votos", diz Celene. "Somando-se o impacto e a comoção que a morte de Eduardo Campos pode ter causado, eu diria que a eleição ficou menos previsível do que antes", avalia.

Para Alexandre Hecker, professor de história contemporânea da Universidade Mackenzie, a declaração de Marina Silva na última quarta-feira e o posicionamento do PSB significam que eles já preparam um substituto.

Sem resposta

O cenário, por enquanto, é cercado de indefinições. A Rede Sustentabilidade, grupo político de Marina Silva, informou, por meio da assessoria, que a orientação "é respeitar o período de luto pela morte do ex-governador e sua equipe" e que quaisquer assuntos quanto aos rumos da campanha "serão tratados mais adiante". No PSB, os telefones do diretório nacional e do presidente regional do partido, Severino Araújo, não atenderam as ligações.

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